quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Nada de acomodação!!!

Oiê ...

Hoje estou publicando uma imagem enviada pela minha aluna Luisa Portugal também seguidora do Blog.



Quando recebi fiquei pensando sobre as várias faces desta acomodação e certamente pensei na minha vida pessoal, na profissional e especialmente na interface da Psicologia com a Educação.

Sobre esta última queria destacar que muitas vezes escuto de professores - os quais tem contato comigo através de palestras e formações - que "alguns alunos não tem jeito", a "família não ajuda" e tantas outras leituras sociais equivocadas ... Assim, meus caros leitores se nos acomodarmos com o que nos incomoda a educação passará de colorida à preto e branco...

 Então, hoje quero gritar: NÃO SE ACOMODEM!!!!!

(Re)vejam, (Re)pensem, (Re)inventem ... busquem outra maneira de fazer uma educação sem julgar, sem medicalizar, sem excluir!!!! 




quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Cronograma Associação de Psicanálise da Bahia


Oiê ...

Hoje queria passar aqui e deixar registrado o cronograma 2013 da Associação de Psicanálise da Bahia.
Desde que fiz a especialização em Psicopedagogia me aproximei da APBa, iniciei com os cursos, participei de alguns fóruns etc. No ano de 2012 fiz parte do Grupo de Estudos sobre "O nome-do-pai" com Bel e Iza e na Jornada de final de ano houve apresentação inclusive de um caso clínico.
Assim me faço profissionalmente!!!

Quem desejar sinta-se convidado ...

                                                  Milla




terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Fuxicos sobre Dificuldade de Aprendizagem

Oiê...



Hoje trago alguns fuxicos para pensarmos sobre dificuldade de aprendizagem. 

Estive ampliando as minhas leituras sobre o tema e penso ser importante referir que diferente do que muitas pessoas falam a dificuldade de aprendizagem não esta atrelada a disfunções orgânicas.

Para que possamos considerar este quadro devemos inicialmente excluir a possibilidade de atraso mental e deficiências sensoriais. Ainda devemos verificar que as dificuldades não são resultado de carência cultural, nem de falta de continuidade de assistência educacional e/ou mudanças frequentes de escolas.

Tendo em vista que a aprendizagem é uma função integrativa onde se relacionam o corpo, a psiqué e a mente para que o sujeito possa se apropriar da realidade de uma forma participativa a dificuldade de aprendizagem de uma maneira geral se apresenta em crianças que não aprendem com os mesmos métodos que os outros pares. Tais crianças em sala de aula demonstram ter a capacidade mas não    conseguem atingir o rendimento esperado.

Por hoje fico por aqui...amanhã falarei mais sobre fatores a ser considerado neste diagnóstico além especificidades e orientações....

Até mais,
Milla

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Luto pelos jovens de Santa Maria







O"Fuxicando com Milla" hoje demonstra seu luto pela tragédia na boate Kiss em Santa Maria.

Aos pais, amigos e parentes os meus sinceros sentimentos. Que os espíritos de luz possam acalentar os seus corações!

Com carinho,
Milla

Dificuldade de Aprendizagem e a Ciranda da Bailarina



Oiê ...

Estive estudando estes dias para montar um material que vou usar amanhã em uma palestra sobre dificuldade de aprendizagem e umas das coisas que me faz pensar sobre o tema é que "só a bailarina que não tem" ... Chico na sua música (trecho abaixo) fala sobre vários tipos de 'coisinhas' que todo mundo tem, e hoje mais do que nunca com o processo de medicalização que venho falando há alguns posts as crianças dia a dia são ditas com doenças psíquicas para justificar seu não aprender ... 

E afinal, será que elas tem ou só a bailarina que não tem?
Do jeito que as coisas andam acredito que até a bailarina tem pelo menos alguma dis ...

CIRANDA DA BAILARINA

Chico Buarque


Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga, tem ameba
Só a bailarina que não tem
E não tem coceira
Verruga nem frieira
Nem falta de maneira
Ela não tem

Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem
Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida
Ela não tem

Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
Ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem 
{...}



domingo, 27 de janeiro de 2013

Contardo Calligaris falando de casal



O segredo da vida de um casal

Por Contardo Calligaris
Receita do amor que dura: amar o outro não apesar de sua diferença, mas por ele ser diferente.
Em geral, na literatura, no cinema e nas nossa fantasias, as histórias de amor acabam quando os amantes se juntam (é o modelo Cinderela) ou, então, quando a união esbarra num obstáculo intransponível (é o modelo Romeu e Julieta). No modelo Cinderela, o narrador nos deixa sonhando com um “viveram felizes para sempre”, que seria a “óbvia” conseqüência da paixão. No modelo Romeu e Julieta, a felicidade que os amantes teriam conhecido, se tivessem podido se juntar, é uma hipótese indiscutível. O destino adverso que separou os amantes (ou os juntou na morte) perderia seu valor trágico se perguntássemos: será que Romeu e Julieta continuariam se amando com afinco se, um dia, conseguissem deitar-se juntos sem que Romeu tivesse que escalar a casa de Julieta até o famoso balcão? Ou se, em vez de enfrentar a oposição letal de suas ascendências, eles passassem os domingos em espantosos churrascos de família?
Talvez as histórias de amor que acabam mal nos fascinem porque, nelas, a dificuldade do amor se apresenta disfarçada. A luta trágica contra o mundo que se opõe à felicidade dos amantes pode ser uma metáfora gloriosa da dificuldade, tragicômica e inglória, da vida conjugal. O casal que dura no tempo, em regra, não é tema para uma história de amor, mas para farsa ou vaudeville -às vezes, para conto de terror, à la “Dormindo com o Inimigo”.
Durante décadas, Calvin Trillin escreveu uma narrativa de sua vida de casal, na revista “New Yorker” e em alguns livros (por exemplo, “Travels with Alice”, viajando com Alice, de 1989, e “Alice, Let’s Eat”, Alice, vamos para a mesa, de 1978). Nesses escritos, que são só uma parte de sua produção, Trillin compunha com sua mulher, Alice, uma dobradinha humorística, em que Calvin era o avoado, o feio e o desajeitado, e Alice encarnava, ao mesmo tempo, a beleza, a graça e a sabedoria concreta de vida.
À primeira vista, isso confirma a regra: a vida de casal é um tema cômico. Mas as crônicas de Trillin eram delicadas e tocantes: engraçadas, mas nunca grotescas. Trillin não zombava da dificuldade da vida de casal: ele nos divertia celebrando a alegria do casamento. Qual era seu segredo? Pois bem, Alice, com quem Trillin se casou em 1965, morreu em 2001.
Trillin escreveu “Sobre Alice”, que acaba de ser publicado pela Globo. Esse pequeno e tocante texto de despedida desvenda o segredo de um amor e de uma convivência felizes, que duraram 35 anos. O segredo é o seguinte: Calvin e Alice, as personagens das crônicas, não eram artifícios literários, eram os próprios. A oposição entre os dois foi, efetivamente, o jeito especial que eles inventaram para conviver e prolongar o amor na convivência.
Considere esta citação de um texto anterior, que aparece no começo de “Sobre Alice”: “Minha mulher, Alice, tem a estranha propensão de limitar nossa família a três refeições por dia”. A graça está no fato de que a “propensão” de Alice não é extravagante, mas é contemplada por Calvin como se fosse um hábito exótico.
Alice é situada e mantida numa alteridade rigorosa, em que é impossível distinguir qualidades e defeitos: Calvin a ama e admira como a gente contempla, fascinado, uma espécie desconhecida num documentário do Discovery Channel. Se amo e admiro o outro por ele ser diferente de mim (e não apesar de ele ser diferente de mim), não posso considerar que minha maneira de ser seja a única certa. Se Calvin acha extraordinário que Alice acredite na virtude de três refeições diárias, ele pode continuar petiscando o dia todo, mas seu hábito lhe parecerá, no fundo, tão estranho quanto o de Alice.
Com isso, Calvin e Alice transformaram sua vida de casal numa aventura fascinante: a aventura de sempre descobrir o outro, cuja diferença inesperada nos dá, de brinde, a certeza de que nossa obstinada maneira de ser, nossos jeitos e nossa neurose não precisam ser uma norma universal, nem mesmo a norma do casal. Há quem diga que o parceiro ideal é aquele que nos faz rir. Trillin completou a fórmula: Alice era quem conseguia fazê-lo rir dele mesmo. Com isso, ele descobriu a receita do amor que dura.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Dez coisas ... por Luis Fernando Veríssimo

Oiê ...




Mais um final de semana se incia e o "Fuxicando com Milla" traz um olhar otimista da vida!!!!

Que venha meu caro Veríssimo ...

Até mais ... Milla



"Dez Coisas que Levei Anos Para Aprender"

1. Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa.


2. As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.

3. Ninguém liga se você não sabe dançar. Levante e dance.

4. A força mais destrutiva do universo é a fofoca.

5. Não confunda nunca sua carreira com sua vida.

6. Jamais, sob quaisquer circunstâncias, tome um remédio para dormir e um laxante na mesma noite.

7. Se você tivesse que identificar, em uma palavra, a razão pela qual a raça humana ainda não atingiu (e nunca atingirá) todo o seu potencial, essa palavra seria "reuniões".

8. Há uma linha muito tênue entre "hobby" e "doença mental".

9. Seus amigos de verdade amam você de qualquer jeito.

10. Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Biopoder e Educação

Oiê ...

Dando continuidade à discussão na interface Psicologia e Educação penso hoje um pouco mais sobre o BIOPODER que para Foucault trata-se de 

"uma explosão de técnicas numerosas e diversas para obter a subjugação dos corpos e o controle de populações."

                                                                                            M. Foucault


De acordo com os grupos interinstitucionais que discutem sobre educação e saúde dia a dia percebemos aumento na procura de serviços de psiquiatria e de médicos psiquiatras biologicistas para "tratar" questões de ordem escolar no que tange situações comportamentais e emocionais.

     Crianças tidas como desadaptadas são encaminhadas ratificando uma lógica medicalizante.

Percebo que na contemporaneidade com a ampliação das tecnologias da informação e da comunicação o professor é instrumentalizado com novos conhecimentos porém a aplicação cotidiana disso faz com que se sinta incapaz de cumprir seu papel prioritário que é ensinar. O professor passa a ser cobrado por eficácia e eficiência dando cumprimento aos 'caprichos' capitalistas que exigem sempre efetividade. Muitas crianças com suas limitações não chegam a este patamar de  aprendizagem e assim são considerados desadaptados. A lógica medicalizante surge aí diante do fato desta criança ser encaminhada para tratar sua limitação. Situação complicada na qual não há algoz e vítima entretanto há que ser revisitado e discutido para que possamos implementar uma prática que tenha olhos e ouvidos ao sujeito.

Até mais ...
   Milla



quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Crianças que não aprendem

Oiê ...

Estive pensando sobre as crianças que não aprendem na escola. 

Por muitas vezes escuto os mais diversos comentários sobre elas desde a culpabilização da ausência da família passando por comentários sobre a carência cultural. Entretanto o que mais me chama atenção são as afirmativas em torno do fracasso escolar na maioria das vezes estar atrelado a capacidade intelectual.

Nos últimos tempos este tem sido o alvo dos meus estudos.

O conceito de debilidade tem origem na psiquiatria do século XIX e nomes como oligofrenia e idiotia eram usados nesta época. Com as contribuições de Binet-Simon nos idos de 1904 temos o uso das escalas métricas de inteligência e a partir daí o chamado QI (Quociente de Inteligência) passou a ser foco e hoje está no inconsciente social.

É importante referir que alguns equívocos permanecem em torno do QI. Ele não é uma medida de inteligência mas sim uma avaliação comparativa. Compara-se a criança à uma média. esta avaliação foca em operações essencialmente escolares como: escrita, leitura, cálculo e compreensão da linguagem. Outro ponto é que o QI pode variar com o tempo especialmente se a criança faz psicoterapia ou se encontra em melhores condições emocionais.

Novamente afirmo diante disso que rotular as crianças através de diagnósticos faz com que corramos o risco de colocar um obstáculo para qualquer escuta singular. Para muito além de medidas quantitativas questões simbólicas permeiam os quadros de não aprendizagem, situações que necessitam ser verificadas através de um olhar diferenciado que permita no ambiente transferencial uma intervenção, no caso, ainda tomando o critério da singularidade...

Falaremos mais sobre isso em breve ...

Para ampliar as leituras indico o livro "Os atrasados não existem" de autoria de Anny Cordiè.





Release: 

"Muitas crianças, como as descritas em 'Os Atrasados Não Existem', passam pela difícil experiência de abandonar sua turma escolar e frequentar classes de recuperações e permanecer de qualquer forma atrasados, sendo discretamente discriminados sob a etiqueta 'fracasso escolar'. Tal situação crítica gera e é decorrente de um enorme sofrimento psíquico, ou seja, correspondente a um sintoma que precisa ser compreendido. Como se forma esse sintoma? Anny Cordié revisa os fatores implicados no fracasso escolar - aspecto sócio-cultural, conflitos familiares, sistemas pedagógicos, deficiência intelectual - e constata que nenhuma dessas causas, por si mesma, é suficiente para explicar o fracasso. A autora estuda atentamente várias crianças e, mais do que explicar o fracasso escolar, sua experiência lhe permite detalhar como funciona a inibição que o desencadeia. Além disso, Anny Cordié também busca distinguir as crianças neuróticas e psicóticas e, inclusive, pretende impedir a psicotização de algumas crianças a perigo. Nesta obra esclarecedora, essa importante psicanalista mostra o que os 'atrasados' lhe ensinaram, e aprendemos com ela que eles, os 'atrasados', não existem."
http://www.carloslivraria.com.br/os-atrasados-n-o-existem.html

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Lei reconhece autista como deficiente


Oiê ...

Estava passeando pela internet e acessei o site http://atitudeinclusao.com.br. Nele acabei me inteirando sobre as últimas informações acerca da inclusão.

No último dia 27 de dezembro de 2012 foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff  a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.

Queria compartilhar no "Fuxicando com Milla" para que os debates possam ser abertos ... Assim aguardo comentários...

Milla


Lei reconhece autista como deficiente e obriga escolas a oferecer vagas 
16/01/2013 - 10:02
 O texto também garante que o aluno autista em classes comuns têm direito a um acompanhante especializado


Todo o cidadão brasileiro, seja ele deficiente ou não, possui diversos direitos, como ao acesso à saúde, cultura e, principalmente, à educação. Apesar disso, alguns preconceitos acabam fazendo com que os deficientes possam ficar impossibilitados de exercer esses direitos, portanto, para isso, foram criadas leis específicas para essas pessoas, como forma de garantir que a discriminação não as deixe ficar alheias à sociedade. Recentemente - no final de dezembro do ano passado -, o governo federal incluiu nesse grupo de deficientes os autistas, que antes eram considerados como "portadores" de um tipo de transtorno, fazendo com que eles não tivessem tantos direitos como os deficientes possuem.

A lei 8.112 veio para mudar essa realidade e trouxe em seu texto algo que chama bastante a atenção, na área da educação, e que fará com que o sistema educacional se prepare ainda mais para lidar com essa situação, já que, a partir deste ano letivo de 2013, nenhuma escola pode negar uma vaga a pessoas com autismo. 

Em Sorocaba, as redes municipal, estadual e particular revelam que já oferecem vagas a esses alunos, tanto que só na rede pública, existe um total de 50 alunos autistas matriculados para o ano letivo de 2013. A rede particular não possui um levantamento dessa quantidade, conforme informações do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (SIEEESP) e do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino Básico de Sorocaba e Região (Sinepe).

O presidente da Associação Amigos dos Autistas de Sorocaba (Amas), Celso Leuzinger Humaytá, que possui um filho autista de 25 anos, acha louvável essa atitude do governo federal, já que agora faz com que os autistas sejam ainda mais reconhecidos como cidadãos de direitos na sociedade. "A lei é bonita, mas para chegar nisso tudo aqui (o que prevê a lei), vai demorar. Se não tiver um trabalho especializado para ele (o autista), ele não convive socialmente e piora", opina. Para ele, toda lei, quando criada, é "bonita", o problema é fazer com que ela funcione realmente, em todos os aspectos a que ela se propõe.

Para Humaytá, uma possível forma de fazer com que as escolas não só recebam os autistas, mas os recebam bem, de forma com que o sistema educacional adotado consiga realmente educar essas pessoas, seria uma melhor preparação por parte dos profissionais e também conhecimento da doença. "O autista é tão complicado, pois cada um é do seu jeito. Por isso, o professor precisa se capacitar para isso, com cursos, por exemplo, para se preparar para essa situação diferente", relata. "É difícil saber como trabalhar com eles. Não tem como colocar em uma sala de aula e achar que ele vai aprender e fazer tudo. É preciso ter um trabalho grande e específico para essa situação. Se aqui (na Amas) o autista faz tudo e chega em uma escola regular e não faz nada, então quer dizer que isso não funciona", considera.


A coordenadora da Amas, Jeane Pereira de Lima Collaço, ressalta que o autista não tem iniciativa própria para fazer as atividades como os outros alunos, por isso seria difícil um professor conseguir dar a atenção necessária ao autista e a uma classe inteira, de 30 alunos por exemplo, ao mesmo tempo. "Ele não tem a iniciativa de fazer alguma coisa, ele faz por comando verbal. Se ninguém falar nada para ele fazer, ele pode ficar o dia todo sentado", afirma. E, para isso, Jeane destaca que existe na lei 8.112 uma saída para resolver essa situação, já que o parágrafo único do artigo 3º da legislação garante que, se necessário, o aluno autista incluído em classes comuns do ensino regular têm direito a um acompanhante especializado. "A lei veio para mostrar que vai melhorar a situação", diz a coordenadora. "Mas a lei tem que funcionar para isso acontecer", complementa Humaytá.
A lei
A lei 8.112, sancionada pela presidente Dilma Rousseff (PT) em 27 de dezembro de 2012, instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Já no parágrafo segundo do artigo 1º da lei, o texto demonstra que todo autista é considerado como deficiente, para todos os efeitos legais. Com isso, a legislação tem o intuito de garantir o direito dos autistas ao acesso à educação, à saúde e ao mercado de trabalho, assim como são os direitos de todos os cidadãos garantidos na Constituição Federal.


O que vem mais chamando a atenção seria a obrigatoriedade de todas as escolas oferecerem vagas para pessoas com autismo, inclusive determinando que o profissional que se negar a fazer a matrícula, poderá receber uma multa de três a vinte salários mínimos, que em reais daria entre R$ 2.024,85 e R$ 13.499. A legislação ainda informa que, para garantir que a matrícula desses alunos ocorra, o poder público poderá firmar parcerias com entidades, como a Amas, para garantir que nenhum autista fique sem o acesso à educação.

Por isso, o presidente e a coordenadora da Amas informam que a entidade está disponível às escolas e pais de autistas, para passarem mais informações a respeito da doença, como forma de garantir que o processo educacional seja feito da forma correta e apropriada a essas pessoas especiais. 

Fonte: http://www.cruzeirodosul.inf.br/acessarmateria.jsf?id=447503

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Medicalização da educação III


Oiê ...

Dando continuidade à discussão sobre “Medicalização da Educação” hoje queria que pensássemos um pouco quais motivos levam a uma generalizada interpretação medicalizante do processo de aprendizagem da criança.

Esta ótica conforme estudos de Maria Aparecida Affonso Moysés “serve exclusivamente para confirmar suspeitas de professores e médicos” e nossas crianças escolares passam a ser vistas como deficientes e incapazes de aprender sendo costumeiramente submetidas ao uso de psicotrópicos os quais por sua vez não ensinam ninguém a escrever e ler.

Creio que alguns motivos que levam pais e professores na busca por explicações médicas para as questões da aprendizagem estejam perpassadas pelo fato da falta de referências na contemporaneidade quanto ao que é ensinar, bem como acerca do que é educar. Pais e professores sentem-se impotentes, inoperantes em um tempo onde as teorias da informações e comunicação marcam o certo e o errado onde a virtualização das relações está no ápice de modo que por vezes o sujeito fica secundarizado.

Diante de tais fatos percebo que há necessidade de um olhar diferenciado quanto a atenção escolar subvertendo a lógica medicalizante que ainda se mostra como um modelo hegemônico na nossa sociedade.

Aguardo os alinhavos de vocês nesta colcha ...

Até mais, Milla.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Mais uma do Veríssimo


Oiê ...

Estava lendo coisas para postar nos nossos domingos de sorrisos ...
Mais uma vez me deparo com Veríssimo em outra situação inusitada ... sendo depilado pela esposa ...
Pois é caros leitores, a vida é feita de situações em que temos que rir ... ainda que seja uma situação um tanto crítica e de dor ...
 
 Divirtam-se com "Mais uma do Veríssimo"



DEPILAÇÃO
Por Luis Fernando Veríssimo

Estava eu assistindo TV numa tarde de Domingo, naquele horário em que não se pode inventar nada o que fazer, pois no outro dia é segunda-feira, quando minha mulher deitou-se do meu lado e ficou brincando com minhas 'partes'.
 
Após alguns minutos ela veio com a 'brilhante' idéia: - Por que não depilamos seus ovinhos, assim eu poderia fazer 'outras coisas' com eles. Aquela frase foi igual um sino na minha cabeça. Por alguns segundos fiquei imaginando o que seriam 'outras coisas'. - Respondi que não, que doeria coisa e tal, mas ela veio com argumentos sobre as novas técnicas de depilação e eu, imaginando as 'outras coisas', não tive mais como negar. Concordei.
 
Ela me pediu que ficasse pelado enquanto buscaria os equipamentos necessários para tal feito. Fiquei olhando para TV, porém minha mente estava vagando pelas novas sensações que só despertei quando ouvi o beep do microondas. Ela voltou ao quarto com um pote de cêra, uma espátula e alguns pedaços de plástico.
 
Achei meio estranho aqueles equipamentos, mas ela estava com um ar de 'dona da situação' que deixaria qualquer médico urologista sentindo-se como residente. Fiquei tranqüilo e autorizei o restante do processo. Pediu para que eu ficasse numa posição de quase frango-assado e liberasse o acesso à zona do agrião. Pegou meus ovinhos como quem pega duas bolinhas de porcelana e começou a passar cêra morna. Achei aquela sensação maravilhosa! O Sr. Pinto já estava todo 'pimpão' como quem diz: 'sou o próximo da fila'! Pelo início, fiquei imaginando quais seriam as 'outras coisas' que viriam.
 
Após estarem completamente besuntados de cêra, ela embrulhou ambos no plástico com tanto cuidado que eu achei que iria levá-los para viagem. Fiquei imaginando onde ela teria aprendido essa técnica de prazer: na Thailândia, na China ou pela Internet mesmo? Porém, alguns segundos depois ela esticou o saquinho para um lado e deu um puxão repentino.
 
Todas as novas sensações foram trocadas por um sonoro
 
PUUUUTA QUEEEE ME PARIUUUUUUU
 
quase falado letra por letra.
 
Olhei para o plástico para ver se o couro do meu saco não tinha ficado grudado. Ela disse que ainda restavam alguns pelinhos, e que precisava passar de novo. Respondi prontamente: - Se depender de mim eles vão ficar aí para a eternidade!! Segurei o Dr. Esquerdo e o Dr. Direito com as duas mãos, como quem segura os últimos ovos da mais bela ave amazônica em extinção, e fui para o banheiro. Sentia o coração bater nos ovos.
 
Abri o chuveiro e foi a primeira vez que eu molhei o saco antes de molhar a cabeça. Passei alguns minutos só deixando a água gelada escorrer pelo meu corpo. Saí do banho, mas nesses momentos de dor qualquer homem vira um bebezinho novo: faz merda atrás de merda. Peguei meu gel pós-barba com camomila 'que acalma a pele', enchi as mãos e passei nos ovos. Foi como se estivesse passado molho de pimenta. Sentei no bidê na posição de 'lava xereca' e deixei o chuveirinho acalmar os Drs.
 
Peguei a toalha de rosto e fiquei abanando os ovos como quem abana um boxeador no 10° round. Olhei para meu pinto. Ele, coitado, tão alegrinho minutos atrás, estava tão pequeno que mais parecia irmão gêmeo de meu umbigo. Nesse momento minha mulher bate à porta do banheiro e pergunta se estava passando bem. Aquela voz antes tão aveludada e sedutora ficou igual uma gralha. Saí do banheiro e voltei para o quarto.
 
Ela estava argumentado que os pentelhos tinham saído pelas raízes, que demorariam voltar a nascer. 'Pela espessura da pele do meu saco, aqui não nasce nem penugem, meus ovos vão ficar que nem os das codornas', respondi.
 
Ela pediu para olhar como estavam. Eu falei para olhar a meio metro de distância e sem tocar em nada e se ficar rindo vai entrar na PORRADA!! Vesti a camiseta e fui dormir (somente de camiseta).
 
Naquele momento sexo para mim, nem para perpetuar a espécie humana. No outro dia pela manhã fui me arrumar para ir trabalhar. Os ovos estavam mais calmos, porém mais vermelhos que tomates maduros. Foi estranho sentir o vento bater em lugares nunca antes visitados. Tentei colocar a cueca, mas nada feito. Procurei alguma cueca de veludo e nada.
 
Vesti a calça mais folgada que achei no armário e fui trabalhar sem cueca mesmo. Entrei na minha seção andando igual um cowboy cagado. Falei bom dia para todos, mas sem olhar nos olhos. E passei o dia inteiro trabalhando em pé com receio de encostar os tomates maduros em qualquer superfície.
 
Resultado, certas coisas devem ser feitas somente pelas mulheres. Não adianta tentar misturar os universos masculino e feminino. Ainda dói.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Na tonga da mironga do cabuletê - Vinícius de Morais

Oiê ...
 
O "Fuxicando com Milla" vem hoje desvelar um pouco da nossa história "músico-cultural".
Andando pelas ruas da vida me deparei com o blog Por trás da letra e muito feliz fiquei com o fato do autor se debruçar em escrever sobre o que de fato "encontra-se por detrás" de alguns clássicos da MPB ...
 Desta maneira hoje vamos nos enveredar pelas letras de Vinícius e Toquinho ...

1970.
Vinícius e Toquinho voltam da Itália onde haviam acabado de inaugurar a parceria com o disco “A Arca de Noé”, fruto de um velho livro que o poetinha fizera para seu filho Pedro, quando este ainda era menino.

Encontram o Brasil em pleno “milagre econômico”. A censura em alta, a Bossa em baixa. Opositores ao regime pagando com a liberdade e a vida o preço de seus ideais. O poeta é visto como comunista pela cegueira militar e ultrapassado pela intelectualidade militante, que pejorativa e injustamente classifica sua música de easy music.

No teatro Castro Alves, em Salvador, é apresentada ao Brasil a nova parceria.
Vinícius está casado com a atriz baiana Gesse Gessy, uma das maiores paixões de sua vida, que o aproximaria do candomblé, apresentando-o à Mãe Menininha do Gantois.

Sentindo a angústia do companheiro, Gesse o diverte, ensinando-lhe xingamentos em Nagô, entre eles “tonga da mironga do cabuletê”, que significa “o pêlo do cu da mãe”.

O mote anal e seu sentimento em relação aos homens de verde oliva inspiram o poeta. Com Toquinho, Vinícius compõe a canção para apresentá-la no Teatro Castro Alves.

Era a oportunidade de xingar os militares sem que eles compreendessem a ofensa. E o poeta ainda se divertia com tudo isso:

“Te garanto que na Escola Superior de Guerra não tem um milico que saiba falar nagô”.

Fonte: Vinicius de Moraes: o Poeta da Paixão; uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

Tonga da Mironga do Cabuletê
Toquinho e Vinicius de Moraes

Eu caio de bossa eu sou quem eu sou
Eu saio da fossa xingando em nagô
Você que ouve e não fala / Você que olha e não vê
Eu vou lhe dar uma pala / Você vai ter que aprender
A tonga da mironga do cabuletê
A tonga da mironga do cabuletê
A tonga da mironga do cabuletê
Você que lê e não sabe / Você que reza e não crê
Você que entra e não cabe / Você vai ter que viver
Na tonga da mironga do cabuletê
Na tonga da mironga do cabuletê
Na tonga da mironga do cabuletê
Você que fuma e não traga / E que não paga pra ver
Vou lhe rogar uma praga / Eu vou é mandar você
Pra tonga da mironga do cabuletê
Pra tonga da mironga do cabuletê
Pra tonga da mironga do cabuletê

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Medicalização da Educação II

Oiê ...

Dando continuidade à discussão de ontem pensemos na perspectiva da medicalização como crianças quimicamente assujeitadas ... Esta institucionalização química apresenta um fundo político ideológico e estes sujeitos por mim são vistos como marionetes de um sistema que segue a lógica do capital mas, o que gostaria de focar hoje vai além de tudo isso.

Sob o aporte teórico da Psicanálise e considerando que sob esta perspectiva o corpo é constituído pelo olhar do Outro as crianças "diagnosticadas" como tendo 'doenças da aprendizagem' podem ser vistas sob o aspecto de ter sua inscrição de sujeito criada na falta de modo que este corpo fica aprisionado numa imagem. Afinal, para que haja um esquema corporal sadio/saudável é importante que a imagem corporal esteja estabelecida sobre este mesmo prisma.

Tenho atendido no consultório algumas situações em que o próprio paciente se (auto)diagnostica com os mais diversos rótulos dos tipos: distraído, disléxico, desatento, hiperativo dentre outros ... percebo que esta cristalizado o que falam dele e essa "verdade" deixa marcas as quais o claudicar na aprendizagem é certo. Fazer o trabalho inverso dentro da técnica da clínica com crianças e adolescentes passa a ser tarefa árdua. O refazimento da auto estima , um outro olhar sobre  o 'seu' potencial tudo isso faz com que o sujeito (re)signifique sua condição de estar no mundo ...  

Diante disso penso que podemos ampliar os debates para que a educação possa (re)visitar sua prática e (re)ver seu manejo buscando uma maior compreensão do sujeito através de uma escuta para além do  dito e do visto. Uma escuta que permite lermos as entrelinhas do sujeito na busca de auxiliá-lo nas suas dificuldades.