sábado, 31 de agosto de 2013

Etnopesquisa Crítica


Oiê ...

Dia a dia a academia me encanta mais na possibilidade de pensar diferente sobre o que vejo no cotidiano!
Hoje será o meu primeiro encontro com as minhas orientandas da Especialização em Docência da Educação Infantil - MEC/UFBA.

A elas dedico o post de hoje na certeza que o trabalho de escrita que se inicia será um tecer de letras e afetos que ao final farão sentido ainda que no caminho pareçam doer!



Etnopesquisa Crítica

A etnopesquisa não seria outra coisa senão uma pesquisa ao mesmo tempo enraizada no sujeito observador e no sujeito observado. Enraizada no sentido etnológico, o de dar conta das raízes, das ligações que dão sentido tanto a um quanto a outro. Para tanto, é necessário, por parte do pesquisador, ousadia para autorizar por caminhos metodológicos não convencionais com o objetivo de apreender a complexidade e as filigranas próprias de cada sujeito singular, tanto do pesquisador quanto do sujeito pesquisado e de seus entornos (BARBOSA, apud MACEDO, 2000, p. 24).

Macedo (2000) enfatiza que a etnopesquisa crítica não é uma tentativa de receita universal para se fazer pesquisa, mas uma construção epistemológica que advém das noções de complexidade de Edgar Morin e da abordagem multirreferencial de Jacques Ardoino. Nesta perspectiva, abre-se um leque de alternativas epistêmicas que pode contribuir para o rompimento com propostas prontas e fechadas do ponto de vista teórico-metodológico. Desta forma, o objetivo da abordagem em discussão é proporcionar aos educadores uma postura metodológica plural, menos rígida e fixa em procedimentos únicos já consagrados; enfim, o exercício epistemológico pertinente e relevante da etnopesquisa crítica.

Fonte: https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/EL/article/viewFile/117/127

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A sala de aula brincante de uma professora inquieta!!!!

Oiê...



Mais uma vez eis que aqui estou para de fato questionar a minha prática na educação superior....

Nas diversas turmas que dou aula de Psicologia em cursos de saúde e de ciências exatas fico vendo aqueles olhinhos cheios de vontade mas por vezes cansados da jornada do dia, da labuta, da dureza da vida... fico então lá fundo a me perguntar:
Quem são eles?
Quais os seus desejos?
Qual o meu papel aqui?

E novamente a inquietação toma conta deste meu pequeno/grande corpo!!! E como minha orientadora do mestrado dizia "eis que a formiga da folha grande busca possibilidades outras ainda que o peso pareça ser maior do que ele pode carregar"!!!!


Resolvi que as coisas serão feitas de uma maneira tal que se coloque em sala a professora brincante e os conteúdos de fato relevantes ... E quais são eles (?) quem me lê pode perguntar ... A resposta é simples conteúdos relevantes são aqueles que os meninos e meninas levarão para toda vida, que lembrarão da professora de Psicologia lá no primeiro semestre falando da importância do respeito ao outro, da escuta, do olhar, do cuidado!!!

Independente da formação somos gente que convive com gente e precisar saber de fato lidar com gente!!!

Se eu conseguir isso me sentirei uma educadora de sucesso!!!!

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Você me Bagunça

Oiê ...
Dia a dia venho percebendo mudanças ... e estou gostando de tudo isso!!!
Tenho saído da "palavra acostumada" para me desacostumar com a possibilidade de presença na tua ausência e também do nosso tempo que é inversamente proporcional ao nosso desejo!!! E sei disso ... o quanto combinamos!!!
Nenhuma mudança é fácil ... sair de um para dois e ainda ter que dar conta de sete!!! e de outras tantas ... Imagina só... (rs) tarefa difícil ... mas temos conseguido e está bom, está gostoso e, Eu eu estou Feliz!!!!
Ainda assim "você me bagunça"
VOCÊ ME BAGUNÇA - O Tearo Mágico

Você me bagunça e tumultua tudo em mim
Essa moça ousa, é musa e abusa de todo meu sim
Você me bagunça e tumultua tudo em mim
E ainda joga baixo, eu acho, nem sei,
Só sei que foi assim

Assimila, dissimula, afronta, apronta, diz: "carrega-me nos abraços"
Lapida-me a pedra bruta, insulta, assalta-me os textos, os traços
Me desapropria o rumo, o prumo, juro me padeço com você
Me desassossega, rega a alma, roga a calma em minha travessia
Outro "porquê"

Parece que o coração carece e diz: "para!" Silencia.
Se embrulha e se embaralha,
Reconsiderar o ar, o andar , nossa absolvição, a escuta e a fala
Nos amorizar o dia, a pia, o corredor, a calçada, o passeio e a sala
Se perder sem se podar e se importar comigo
Aprender você sem te prender comigo

Difícil precisar quanto preciso
Difícil precisar quanto preciso

terça-feira, 27 de agosto de 2013

#não banalização dos testes psicológicos

Oiê ...


Aproveitando que estamos hoje comemorando o Dia do Psicólogo queria compartilhar um vídeo sobre a conscientização das pessoas quanto ao não compartilhamento dos testes psicológicos.

A utilização de testes psicológicos no Brasil é uma prática apenas legitimada e admitida e ser realizada por profissionais devidamente formados em PSICOLOGIA em Instituições de Ensino Superior validadas pelo Ministério da Educação e ainda é necessário que estes profissionais estejam devidamente cadastrados nos Conselhos Regionais de Psicologia.

Assim, mais do que nunca, acho importante que possamos levantar a bandeira quanto a não banalização dos testes psicológicos




Feliz dia do Psicólogo

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Agora eu era ... A possibilidade de fantasiar na SIMSALABIM

Oiê ...


Em outro post
falei da fase da criança na qual os pequenos sempre usam a terminação verbal: AGORA EU ERA ... nesta fase (chamada de estádio pré-operatório por Piaget) podemos ser o que bem entendemos e desejamos!!!

Diante disso hoje queria fazer um destaque para divulgar o empreendimento de uma amiga querida Anne Peneluc.

Olha ela e a sócia aí embaixo:


Juliana Martins Cerqueira - Nutricionista, Designer e Mestre em Alimentos (esquerda)
Anne Peneluc - Pedagoga, Escritora e Mestre em Educação (direita)


A loja SIMSALABIM tem como proposta a venda de fantasias conhecidas de príncipes, princesas, super-heróis, personagens do folclore e das mais variadas lendas e mitos, animais diversos, personagens de famosos clássicos e do halloween, palhaços, piratas, bailarinas, e, também, faz qualquer tipo de fantasia por encomenda. 

De maneira geral as meninas transformam em realidade a fantasia dos seus sonhos e dos sonhos das crianças, com cores, tecidos e detalhes que cada um desejar.


A loja, oferece ainda, brinquedos educativos que visam desenvolver a ludicidade, o raciocínio lógico e a autonomia.

Para quem desejar conhecer um pouco mais segue o panfleto de divulgação.

Meninas, boa sorte no novo empreendimento e vamos colorir mais ainda a vida das crianças!!!!




quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Mito da Caverna (Platão) e a Gestão de Pessoas

Oiê ...



Ontem fizemos uma interlocução em sala bem interessante entre a Gestão de Pessoas e o Mito da Caverna ou Alegoria da Caverna de Platão. Pudemos perceber que alguns pontos de vista podem ser (re)dimensionados quando pensamos em grupo e especialmente quando temos um olhar de 'aprisionado solto' ou de 'aprisionado preso'. Na organização, por vezes, acontece daqueles que tem acesso à luz de fato no final serem 'mortos' ainda que subjetivamente por trazerem "mentiras". Qual será a verdade? Como lidar com o grupo de trabalho nas suas especificidades e  na confluência de subjetividades ... Lembremos que este é só o começo da nossa discussão do semestre!!!!

Valeu pessoal!!!

Assim, fica uma leitura de um trecho sobre o Mito para que continuemos a pensar acerca dos olhares possíveis na perspectiva da Gestão de Pessoas. 

Milla


                                                                  O Mito da Caverna

Alegoria da Caverna de Platão - Imagine um grupo de pessoas que habita o interior de uma caverna subterrânea, estando todas de costas para a entrada da caverna e acorrentadas pelo pescoço e pés, de sorte que tudo o que vêem é a parede da caverna. Atrás delas ergue-se um muro alto e por trás desse muro passam figuras de formas humanas sustentando outras figuras que se elevam para além da borda do muro. Como há uma fogueira queimando atrás dessas figuras, elas projetam sombras na parede da caverna. Assim, a única coisa que as pessoas da caverna podem ver é este “teatro de sombras”. E como essas pessoas estão ali desde que nasceram, elas acham que as sombras que vêem são a única coisa que existe. Imagine agora que um desses habitantes da caverna consiga se libertar daquela prisão. Primeiramente ele se pergunta de onde vêm aquelas sombras projetadas na parede da caverna.

Depois consegue se libertar dos grilhões que o prendem. E o que acontece quando ele se vira para as figuras que se elevam para além da borda do muro? Primeiro, a luz é tão intensa que ele não consegue enxergar nada. Depois, a precisão dos contornos das figuras, de que ele até então só vira as sombras, ofusca a sua visão. Se ele conseguir escalar o muro e passar pelo fogo para poder sair da caverna, terá mais dificuldade ainda para enxergar devido à abundância de luz. Mas depois de esfregar os olhos, ele verá como tudo é bonito. Pela primeira vez verá cores e contornos precisos; verá animais e flores de verdade, de que as figuras na parede da caverna não passam de imitações baratas. Suponhamos, então, que ele comece a se perguntar de onde vêm os animais e as flores. Ele vê o Sol brilhando no céu e entende que o Sol dá vida às flores e aos animais da natureza, assim como também era graças ao fogo da caverna que ele podia ver as sombras refletidas na parede. Agora, o feliz habitante das cavernas pode andar livremente pela natureza, desfrutando da liberdade que acabara de conquistar. Mas as outras pessoas que ainda continuam lá dentro da caverna não lhe saem da cabeça. E por isso ele decide voltar. Assim que chega lá, ele tenta explicar aos outros que as sombras na parede não passam de trêmulas imitações da realidade. Mas ninguém acredita nele. As pessoas apontam para a parede da caverna e dizem que aquilo que vêem é tudo o que existe; é a única verdade que existe; é a realidade. Por fim, acabam matando aquele que retornou para dizer-lhes um monte de "mentiras".

Eleições Conselho de Psicologia (Regional e Federal)



As eleições de 2013 chegaram!
Fique atento às informações abaixo:
1) Inovação
Prezadas (os) Psicólogas (os),
O Conselho Federal de Psicologia informa que o processo eleitoral 2013 traz diversas inovações: a votação será mista, pela internet e por correspondência, em cidades predeterminadas.
Acesse o site das eleições www.eleicoespsicologia.cfp.org.br e clique no botão "COMO VOU VOTAR" para conferir sua modalidade de votação.
Qualquer dúvida, entre em contato pelo 0800 644 0175.
2) Fique em dia com seu Regional
Não percam tempo, fiquem em dia com o seu CRP!
Negocie suas dívidas, pague a primeira parcela da sua negociação até o dia 23.08.2013 e evite filas nos postos de votação.
As (os) psicólogas (os) que votam pela internet e que negociarem suas dívidas entre os dias 23 e 27 de agosto de 2013, irão votar somente no posto de votação. Para ter direito ao voto, é necessário o pagamento da 1º parcela da negociação, ou seja, a (o) presidente do posto de votação irá habilitá-la (o) a votar, mediante a apresentação de um documento de quitação da primeira parcela, emitido pela Tesouraria do próprio conselho.
As (os) psicólogas (os) que votam por correspondência e que negociarem suas dívidas entre os dias 23 e 27 de agosto de 2013, precisam comparecer a um posto de votação no dia 27.08.2013 a fim de habilitar seu voto para apuração, mesmo que esse já tenha sido remetido previamente pelos Correios.
Para isso, será necessária a apresentação do comprovante de pagamento da primeira parcela da negociação ao tesoureiro do posto de votação, que vai expedir um comprovante de quitação. Este será apresentado ao presidente do posto de votação, que por sua vez, vai habilitar o voto desta (e) psicóloga (o) para ser apurado.
3) Se você não fez o recadastramento
Se você esqueceu de fazer seu recadastramento, entre em contato com o seu regional e atualize seus dados até as 15 horas do dia 23.08.2013. Facilite sua participação no processo eleitoral!
De qualquer maneira, sugerimos que você entre no site oficial das eleições,www.eleicoespsicologia.cfp.org.br e tente gerar sua senha por meio do botão "GERE SUA SENHA". Mesmo que você não tenha se recadastrado, mas desde que seus dados estejam corretos, você conseguirá gerar sua senha e votar.
4) Gere sua senha
Já está disponível no site oficial das eleições www.eleicoespsicologia.cfp.org.br o link para gerar a senha que será utilizada no dia da votação.
Não perca tempo, gere sua senha e garanta sua participação no processo eleitoral!
5) Esclarecimento sobre votos por correspondência
Se você faz parte do grupo que vota por correspondência, as Comissões Eleitorais Regular e Especial esclarecem que, conforme descrito no Manual de Votação, enviado dentro do kit, ambas as cédulas (as cédulas para eleição regional e para eleição nacional) deverão ser enviadas ao seu Conselho Regional de Psicologia, pois não haverá contabilização de votos no Conselho Federal de Psicologia.
6) Totalização de votos será transmitida em tempo real
A totalização dos votos por internet das eleições para a próxima gestão do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e dos Regionais (CRPs) será transmitida ao vivo, pelo site do Conselho Federal de Psicologia (CFP), no dia 27 de agosto. A abertura dos trabalhos está prevista para começar por volta das 18h.
Após a abertura, será apresentado um gráfico com o percentual dos votos realizados pela internet das chapas nacionais em todo Brasil. A atualização do site será feita conforme forem sendo apurados os votos enviados por correspondência.
página das eleições contará com um gráfico para acompanhamento da contagem de votos de todos os estados mediante os resultados das chapas regionais. Ao final, será dado o número total de eleitores que realizaram votações pela internet e via correio.
Qualquer dúvida, entrar em contato pelo 0800 644 0175.
Boa votação a todas (os)!
Atenciosamente,
Comissão Eleitoral Regular e Comissão Eleitoral Especial

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Será mesmo Fantástico o que se diz sobre o Autismo?

Oiê ...


Tenho acompanhado de maneira sistemática o quadro do Fantástico apresentado pelo Drº Dráuzio Varela sobre Autismo. Constantemente venho sendo perguntada em diversos espaços o que estou achando e sempre digo que gostaria que outras informações fossem possíveis de ser dadas. Como a série ainda não acabou estou esperando por exemplo que ele fale da experiência da psicanálise na intervenção com tais sujeitos e por exemplo mostrar o trabalho do Lugar de Vida em São Paulo que atua sob esta perspectiva teórica.

A minha grande preocupação é que algumas pessoas me chegam com afirmações do tipo "que pena não tem jeito" ou ainda "nossa ele vai ser assim para sempre"... isso sim, é o que me preocupa...

Do que eu assisti não me senti confortável quanto ao enfoque e cristalização do sem jeito. Em nada esta perspectiva auxilia as famílias e o próprio autista. Aqui mesmo no blog no dia 18 de Junho http://fuxicandocommilla.blogspot.com.br/2013/06/autismo-e-psicanalise.html
publiquei um post sobre a Psicanálise e Autismo no qual trago muitas instituições que apoio outro olhar ...

Ficarei atenta aos próximos episódios e desde já compartilho um escrito do Psicanalista Alfredo Jerusalinsky. 
ACERCA DO AUTISMO NO FANTÁSTICO
O difundido até agora pela série dirigida por Drauzio Varella, no programa televisivo Fantástico, acerca do autismo constitui um ataque público contra os CAPS (porque de acordo com a lista os CAPS  ficam excluídos dos sistemas de tratamento), contra o SUS (porque ao dizer que nada funciona a proposta oculta é eliminá-lo), contra as intervenções precoces (porque se é incurável o momento da intervenção perde valor), contra os autistas que poderiam se curar se recebessem um tratamento que oferecesse a eles a chance de se constituírem como sujeitos (porque sendo incuráveis e doentes inatos - segundo o difundido pelo Drauzio Varella e seus escolhidos - só caberia treiná-los para que se acomodem às exigências familiares ou institucionais). Tudo isso mostra o caráter puramente político e anticientífico dessa difusão. É uma exibição de poder daquelas instituições que escolhem o pior caminho para os autistas: as que se equivocaram com a Sindrome de Asperger – que não existe mais segundo o DSM V -; as que produziram uma falsa epidemia de autismo e TDAH usando instrumentos diagnósticos inspirados no DSM IV; as que levaram a invalidar pesquisas genéticas potencialmente valiosas porque os métodos de diagnóstico por elas escolhidos criaram amostras heterogêneas e indefinidas; porque determinam antecipadamente para os bebês que apresentam riscos de autismo o uso de métodos “terapêuticos” que elas justificam e fundamentam na suposta incurabilidade generalizada de todos os autistas com o qual – pelas consequências da aplicação desses métodos – acabam precipitando o risco na efetivação do quadro autístico e, por acréscimo, criando condições reativas que conduzem para a incurabilidade; porque se sustentam no método diagnóstico proposto pelo DSM IV e pelo DSM V, que o Instituto Nacional de Saúde Mental dos Estados Unidos de América deixou de usar pela baixa validade e pelos efeitos negativos de seu uso.
 O abuso de poder se configura, nesse caso, pela imposição de concepções unilaterais, pela ignorância e desconhecimento ativo de contribuições clínicas e psicanalíticas desenvolvidos internacionalmente nos últimos 70 anos (o autismo foi descrito em 1943), pela ostensiva tentativa de deixar fora da demanda e do conhecimento públicos as instituições (CAPS) que se ocupam comunitariamente das terapias do autismo nos mais diversos cantos do pais e as quais o conjunto da população têm mais imediato e gratuito acesso.

A dor e o sofrimento não justificam – nem inconscientemente - o abuso de poder, simplesmente porque tal abuso somente se torna necessário quando os atos não estão inspirados pela razão. Nesse caso tais atos somente podem produzir mais sofrimento.
Alfredo Jerusalinsky.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Divergência de pais de crianças autistas

Pais de crianças autistas divergem sobre educação especial


JAIRO MARQUES
DE SÃO PAULO



Familiares de pessoas com autismo estão organizando, para daqui a duas semanas, um grande ato, em Brasília, para pressionar o governo pelo direito de educarem seus filhos em casa ou em instituições específicas.

O movimento encontra resistência dentro do próprio universo de pais com filhos autistas. Há associações que defendem que o caminho para a maior socialização é por meio da educação regular.

A divisão veio à tona após a presidente Dilma vetar, na lei que iguala direitos de autistas aos de demais pessoas com deficiência, trecho que deixava aberta a possibilidade de a educação do grupo ser realizada de acordo com necessidades específicas.

"O autismo se manifesta em diferentes graus, o que vai gerar demandas diferentes. Não é possível tratar tudo na mesma normativa", diz Berenice Piana, mãe de um jovem com autismo e uma das principais responsáveis pela aprovação da lei.

Entre as alegações dos que apoiam a educação segmentada estão a exposição dos filhos ao bullying, a falta de estrutura e capacitação de professores nas escolas regulares e a imprevisibilidade das ações das crianças, que podem inclusive ser violentas, dentro da sala de aula.

Apaes em todo o país dão fôlego ao pleito de quem defende a educação especial. A instituição é a mais tradicional do país no trato com pessoas com deficiência intelectual tanto em aspectos educacionais como em terapias.

RECURSOS
Pelo Plano Nacional de Educação, em avaliação no Congresso, instituição nenhuma poderá, a partir de 2016, receber recursos públicos para fornecer ensino exclusivo a grupos com deficiência como autistas, downs ou paralisados cerebrais, como no caso das Apaes.

"O mundo moderno exige toda criança na escola e o governo investiu em leis e procedimentos que levassem o país a esse patamar. Se a criança não puder ir à escola por motivos médicos sérios, a escola deve ir à criança", afirma o psicólogo Manuel Vazquez Gil. Ele tem um filho com autismo em grau severo e que estuda no ensino regular.

O MEC (Ministério da Educação) defende que é inconstitucional a manutenção das escolas especiais, uma vez que o Brasil é signatário de convenção internacional que determina a educação inclusiva, fornecendo os governos as condições para isso.

"Os pais precisam ter o direito de escolha de onde querem educar seus filhos. Eles são os melhores especialistas, vivem o problema no dia a dia", declara Piana.

Na política de educação inclusiva do MEC estão previstas ações "intersetoriais" para atender os casos mais graves de pessoas com deficiência na escola, que envolvem auxílio de acompanhantes, atenção à saúde e ensino complementar.

Os contrários à obrigatoriedade do ensino regular afirmam que, na vida prática, a educação inclusiva não tem efeito para pessoas com autismo em grau severo, que não aprendem à contento e na escola ficam longe de cuidados da família ou de profissionais habilitados.

A secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Linamara Battistella, avalia que o debate em torno da educação de autistas não pode ser generalizado e precisa de mais espaço.

"O conceito da educação inclusiva é para o que trabalhamos, mas é preciso particularizar o que exige um cuidado diferenciado. Em caso de autistas com grave dependência, talvez a escola convencional não seja o melhor lugar."

Já a secretária municipal da mesma pasta, Marianne Pinotti, defende que a escola regular crie condições, com a ajuda dos pais e de especialistas, para o atendimento de qualquer criança, de acordo com suas necessidades.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A sala de aula e a professora palhaça



Oiê ...

Mais uma segunda feira de aprendizagem ... Diferente do que muitos pensam o palhaço não é engraçado por si ... o palhaço encanta e deste encantamento surge o riso ...

Uma das coisas que aprendi hoje na aula de iniciação é que o palhaço amplia a situação!!!

Seu gesto, sua face, sua expressão salta, cresce e é isso que de fato vale!!!

E por que não pensar que a sala de aula é uma peça, que os alunos são uma platéia e que temos que encantar para fazê-los sorrir e o aprendizado assim poder acontecer de maneira leve mas que traz uma marca de verdade na pele!!!

Hoje entendo que educação formal e arte de palhaço de imbricam e se enredam numa teia na qual o riso é que une!!!

Sou e continuarei sendo uma professora brincante, uma educadora em busca de novas sistematizações teóricas que embasem o meu savoir faire.

                            Eu, Ludmilla Lamparina, João Jaca (professor e palhaço) e Milena Matraca

domingo, 18 de agosto de 2013

#hojefuiagradecer





Oiê ...


Hoje foi um dia de fé ... na interface do beijo profano e do agradecimento sagrado neste domingo pouco ensolarado dei uma passadinha lá no Bonfim para agradecer tantas coisas legais que vem acontecendo tanto no pessoal e em especial no profissional!!! As últimas semanas foram regadas de boas novas, muitos contatos e novas oportunidades!!!



Essa coisa de fé é engraçada aqui na Bahia ... independente de ser ou não católico subir a Colina Sagrada para agradecer ou pedir proteção é acima de tudo um rito multicultural e basicamente ecumênico!!! Às portas encontramos pais de santo dando banho de folha ou de pipocas, baianas com as suas águas de cheiro, espíritas que dão uma passadinha lá nos pés do Senhor do Bonfim ....

Isso que me encanta!!!! Afinal, como diria Gil;


"Andá com fé eu vou
Que a fé não costuma faiá..."

E acima de tudo eu tenho muita FÉ!!!





sábado, 17 de agosto de 2013

Um pouco mais do Profº Drº Aldo Fortunati

Oiê ...



Na continuidade da passagem do Profº Drº Aldo Fortunati aqui pela Bahia alguns outros pontos trazidos por ele me chamaram atenção:

"A Educação Infantil não deve ser vista como um sistema assistencial. "

"Necessidade do reconhecimento da criança - devemos assumir um ponto de vista claro neste sentido".

"Crianças na relação com os seus conhecimentos precisam ter uma identidade com base em uma escola que construa mais do que fale".

"Não precisamos de uma fala mas de uma pedagogia pragmática que constrói situações positivas para crianças".

"Importância da experiência para a criança ... para que elas possam utilizar e transformar e não só da experiência dos adultos".




sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Um pai especial - Nota de Desagravo Luciano Chaves



Oiê ...

Hoje este post tem um caráter acima de tudo cidadão ... algumas pessoas mais próximas sabem da minha escolha por Psicologia, da minha itinerância no Mestrado na interface com a Educação ... a motivação disso tudo foi o trabalho na área de necessidades educacionais especiais ... pois, que neste sentido faço parte da rede de apoio às mais diversas situações inclusive àquelas referente ao preconceito.

Numa contemporaneidade que traz como marca a democratização da informação parece-me ainda que muitos desejam continuar na "idade média intelectual" quando agem de forma pouco educada extremamente excludente nos seus comentários jocosos e fora de tom.

Abaixo compartilho a Nota de Desagravo de um pai especial, de uma menina linda e doce como seu nome (MEL), que não se deixou abater pelo comentário de um radialista baiano. 

Aos fuxiqueiros que sempre passam por aqui com suas agulhas, linhas e tecidos coloridos que possamos ampliar este fuxico numa colcha de matizes mais coloridos e menos preconceituosos.

#diganãoaopreconceito


NOTA DE DESAGRAVO

Foi com muita indignação que eu ouvi o Sr. Mário Kertész, no jornal da manhã na rádio metrópole no último dia 02/08/2013, tecendo comentário infeliz que atenta contra a dignidade de pessoas com necessidades especiais. Em brincadeira com o radialista Abraão Brito, o empresário perguntou se sua filha já estava namorando. Em resposta, Brito disse-lhe que não, o que instigou o âncora da rádio Metrópole a fazer uma abjeta piadinha, perguntando se a filha do colega tinha problemas, se era doente, se frequentava a APAE. O que leva um sujeito, nos dias atuais, a fazer um comentário desse tipo? Em muitos casos, a ignorância ou o preconceito são os motores de comentários dessa natureza. Como se trata de um comunicador e de uma pessoa com um nível cultural e social privilegiado, não creio que o comentário tenha sido produto do não-conhecimento da realidade das pessoas deficientes ou que frequentam a APAE.

Ao insinuar, em tom jocoso, que se a filha de Abraão Brito não namorava era pelo fato de frequentar a APAE, o Sr. Mário faz uma brincadeira de absoluto mau gosto e desmerece todas as conquistas dessas pessoas com alguma deficiência mental ou que, de algum modo, frequentam ou convivem com essa Associação. O infeliz comentário foi, ao mesmo tempo, um atentado contra as pessoas com deficiências intelectuais e contra essa prestigiada Associação. Não acredito que o Sr. Mário desconheça essa realidade, prefiro crer que ele tenha tido um lapso de amnésia. Acho que ele, como um bom comunicador, deva saber que a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) nasceu em 1954, no Rio de Janeiro e caracteriza-se por ser uma organização social, cujo objetivo principal é promover a atenção integral à pessoa com deficiência, prioritariamente aquela com deficiência intelectual e múltipla. Não recebi nenhuma procuração para defender tal entidade em relação a esse episódio, mas é informação pública e notária que a Rede APAE destaca-se por seu pioneirismo e capilaridade, estando presente, atualmente, em mais de 2 mil municípios em todo o território nacional. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Qualibest em 2006, mostrou que a APAE é conhecida por 87% dos entrevistados e tida como confiável por 93% deles. São resultados expressivos e que refletem o trabalho e as conquistas do Movimento Apaeano na luta pelos direitos das pessoas com deficiência.

Quanto às pessoas com deficiências intelectuais, Sr. Mário Kertész está precisando rever seus conceitos para enxergar o quanto esses seres humanos são dignos e conseguem, cada vez mais, inserir-se na sociedade e levar uma vida absolutamente “normal”, firmando relações afetivas, namorando, casando, construindo famílias, etc. É cediço os conhecimentos eruditos e o bom nível cultural que o empresário Mário Kertész, em seus programas da rádio, demostra ter. Conhece muitos países e culturas diferentes, lê variadas literaturas e assiste a uma infinidade de filmes. Entretanto, uma pessoa tão culta e erudita e que é formadora de opinião, com uma relevante audiência, não pode fazer um comentário tão inadequado, preconceituoso e ofensivo. Já que ele assiste a tantas películas, deixo uma dica interessante para ele assistir ao multipremiado filme “Colegas”. Certamente, ele vai enxergar um lado interessante e vai ver que os “frequentadores da APAE” levam uma vida como qualquer outra pessoa, apenas têm características próprias, que talvez até as tornem seres mais iluminados. Os três protagonistas do filme possuem a síndrome de down, dois deles, inclusive, são casados na vida real. Fora isso, um pouquinho mais de informação vai mostrar que os downianos estão cada dia mais surpreendendo parte da sociedade que ainda enxerga esses lindos seres humanos com o arquétipo preconceituoso dos “mongoloides”. Já temos inúmeros exemplos de sucesso dessas pessoas portadoras de um cromossomo a mais: tantos escritores, universitários, professores, artistas e até mesmo uma vereadora na Espanha. São tantas e tantas conquistas que se torna anacrônica, e até mesmo vergonhosa, a existência de comentários preconceituosos acerca desses “frequentadores da APAE”. Enfim, seria interessante que o Sr. Mário Kertész revisse seus (pré) conceitos e até mesmo se retratasse perante a sociedade baiana. Embora a população de Salvador já o tenha dado um sonoro não à sua pretensão de administrar a cidade, grande parte dessa mesma população, aqui me incluindo, é ouvinte de sua rádio, que, de fato, tem uma interessante grade de programas e presta bons serviços à sociedade. Por isso, ele precisa ter mais cuidado e responsabilidade em seus comentários, principalmente quando os faça com grande carga de conceitos equivocados e não condizentes com a realidade. Em arremate, registro aqui meus votos para que o Sr. Mário tenha a oportunidade de conviver mais de perto com esses “frequentadores da APAE”. Quem sabe ele ainda não venha a ter um netinho(a) com a síndrome de down? E não estou aqui a lhe querer mal em retaliação ao desprezível comentário, tampouco lhe desejando infortúnios. Muito pelo contrário! Estou lhe desejando uma fantástica experiência de vida, como a que eu estou tendo, desde quando tive a oportunidade de ser pai de uma doce e encantadora menina com a síndrome de down.


Luciano Chaves de Farias (pai da downiana Mel, com 1 ano e 4 meses)

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Conferência do Profº Drº Aldo Fortunati



Ontem mais uma vez o "Fuxicando com Milla" se fez presente em um evento de extrema qualidade acadêmica.

Sob a batuta organizativa de Ana Paula Conceição, Rosemary Lapa e Riso Almeida de fato a contribuição trazida pelo Profº Drº Aldo Fortunati foi singular.

Sob o título "Diálogos Internacionais sobre a Experiência com Crianças em San Miniato - Itália" o profº drº trouxe uma contribuição ímpar acerca da maneira de se ver o ensino dos anos iniciais.

Corroboro com as ideias dele sobre a naturalidade deste momento sem que tenhamos intenção única e exclusiva curricular ou avaliativa. Pautada na experimentação os vídeos passados por ele demonstraram que o projeto "La Bottega di Geppeto" dá à criança liberdade de ser criativa e de experimentar o mundo através dos cinco sentidos. Parte dos materiais me lembraram a minha educação inicial que também foi numa escola de filosofia italiana aqui em Salvador ... Um dos pontos que gostaria de ressaltar foi quando ele falou sobre o protagonismo da criança  ... Abaixo seguem alguns dos meus registros escritos e fotográficos:

"O tempo da criança não é o nosso tempo! Não existe motivação para acelerar esse tempo para ficar igual ao nosso."

"Aprender a interpretar o modo original e pessoal no qual cada criança desenvolve sua experiência."

"Construir uma escola em torno da identidade da criança."

"A escola para crianças pequenas deve ser a oportunidade para experimentar o possível."


"Criança como protagonista  ... precisamos de uma pedagogia pragmática e concreta."

"Crianças como sujeitos ativos e construtivos protagonistas da organização do seu saber."

"Criança rica na encruzilhada do possível que modifica seu presente e faz seu futuro."


"Utilizo crianças com direitos especiais e não crianças especiais."

"A boa pedagogia se afasta de modelos rígidos."



Por fim, trago um breve texto do próprio Aldo Fortunati

Por uma ideia de criança
Por uma idéia de criança rica,
na encruzilhada do possível,
que está no presente
e que transforma o presente em futuro.

Por uma idéia de criança ativa,
guiada, na experiência,
por uma extraordinária espécie de curiosidade
que se veste de desejo e prazer.

Por uma idéia de criança forte,
que rejeita que sua identidade seja
confundida com a do adulto, mas que oferece
a ele nas brincadeiras de cooperação.

Por uma idéia de criança sociável
Capaz de se encontrar e se confrontar
Com outras crianças
Para construir novos pontos de vista e conhecimentos.

Por uma idéia de criança competente,
artesã da própria experiência
e do próprio saber
perto e com o adulto.

Por uma idéia de criança curiosa,
Que aprende a conhecer e a entender
Não porque renuncie, mas porque nunca deixa
De se abrir ao senso do espanto e da maravilha.

Aldo Fortunati