segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Martha Medeiros escreveu sobre mim !!! (rs)

Oiê ...



Bem, ficar estes dias sofrendo por conta dos vírus no computador não foi fácil ainda mais que hoje descobri que o bichinho ainda existeeeee .... Estou louca, pois não param de abrir abas, pop ups, etc etc ...

Estou fazendo o técnico enlouquecer junto comigo ... até no domingo à noite o bichinho estava trabalhando...tadinho (rs) Valeu Niko!!!!

Mas hoje queria compartilhar que Stitch esta um pouquinho triste ... ainda não sei o motivo mas acho também, que não quero saber, não!!!! Afinal, uma das coisas que faço (ou tento!!!) é respeitar a individualidade ... Enfim!!!!! 


Mesmo assim tristinho o "fofis" achou o texto abaixo e me mandou dizendo ser a minha cara!!!!

Genteeeeeeeeeeeeeeeeee de fato me encontrei nas palavras de Martha Medeiros!!!!!!!!!!!!!!!!


EU, MODO DE USAR: 


Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro. 

Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. 

Respeite meu choro, me deixe sozinha, venha quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. ( Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). Seja mais forte que eu e menos altruísta! Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. 

Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.

Me enlouqueça uma vez por semana mas, me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... se calhar ... Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. 

Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas. Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. Me rapte! Se nada disso funcionar ... experimente me amar!


Martha Medeiros

domingo, 29 de setembro de 2013

Vírus no computador!!!!!

Oiê ...


Nos últimos dias o Fuxicando ficou off por conta de um probleminha com vírus no computador!!!!
Não entendo porque tem uma galera com grande potencial  masque usa isso para criar alguns tipos de vírus que só atrapalham a vida dos usuários!!!



Bem, acho que agora esta tudo Ok...

Retomarei assim as minhas postagens!!!!

                                                                  Milla

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Ainda sobre o DSM-V

Oiê ...


Ainda falando sobre o DSM-V continuo buscando os mais diversos pontos de vista sobre as mudanças trazidas neste novo modelo e de que maneira os setores da sociedade estão fazendo as suas considerações.
Hoje falemos um pouco mais sobre AUTISMO e as mudanças na sua classificação.

Critérios para o autismo no DSM-V

A última edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais ,o chamado DSM-V, inclui algumas mudanças significativas para os critérios de diagnósticos para o autismo, agrupando várias doenças anteriormente separadas em um guarda-chuva. Se você ou seu filho estão no espectro do autismo ou você está no processo de ser diagnosticado, é importante entender essas mudanças no DSM-V, as razões para a nova definição e como as mudanças podem afetá-lo.

Novos Critérios Diagnósticos para Transtorno do Espectro do Autismo

 Quando um médico ou psicólogo diagnosticam alguém com autismo, ele ou ela compara o comportamento do indivíduo com os critérios estabelecidos no DSM. Se o comportamento se encaixa na descrição listados no texto, então o indivíduo pode ser diagnosticado com um Transtorno do Espectro do Autismo.
A nova revisão do DSM inclui uma definição diferente de TEA (ASD em inglês). Para ser diagnosticado com TEA, o indivíduo deve ter apresentado sintomas que comecem  na infância precocemente e  devem comprometer a capacidade do indivíduo em função da sua vida e do dia a dia.

Os déficits sociais e de comunicação

A fim de receber um diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo, uma pessoa deve ter os três seguintes déficits:
·    Problemas de interação social ou emocional alternativo - Isso pode incluir a dificuldade de estabelecer ou manter o vai e vem de conversas e interações, a incapacidade de iniciar uma interação e problemas com a atenção compartilhada ou partilha de emoções e interesses com os outros.
·   Graves problemas para manter relações - Isso pode envolver uma completa falta de interesse em outras pessoas, as dificuldades de jogar fingir e se engajar em atividades sociais apropriadas à idade e problemas de adaptação a diferentes expectativas sociais.
·    Problemas de comunicação não verbal - o que pode incluir o contato anormal dos olhos, postura, expressões faciais, tom de voz e gestos, bem como a incapacidade de entender esses sinais não verbais de outras pessoas.
Comportamentos repetitivos e restritiva

Além disso, o indivíduo deve apresentar pelo menos dois destes comportamentos:
·        Apego extremo a rotinas e padrões e resistência a mudanças nas rotinas
·       Fala ou movimentos repetitivos
·       Interesses intensos e restritiva
·       Dificuldade em integrar informação sensorial ou forte procura ou evitar comportamentos de estímulos sensoriais

DSM-V Mudanças para desordens do espectro autista 

A última revisão do DSM foi lançado agora em maio de 2013, mas muitos profissionais já estão trabalhando fora das revisões propostas. Há algumas mudanças significativas para a definição de autismo.

Um Transtorno, ao invés de cinco...

Anteriormente, havia cinco transtornos do espectro do autismo, cada um dos quais tinha um diagnóstico único: Transtorno Autista ou autismo clássico, Transtorno de Asperger ,Transtorno Invasivo do Desenvolvimento - Sem Outra Especificação ( PDD-NOS ), Síndrome de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância.

Na última revisão do DSM, esses transtornos não existirão como diagnósticos distintos no espectro do autismo. Em vez disso, com exceção da síndrome de Rett, eles vão ser incluídos no diagnóstico de "Transtorno do Espectro do Autismo." Síndromede Rett vai se tornar uma entidade própria e deixará de ser parte do espectro do autismo.

De acordo com a Associação Americana de Psiquiatria DSM-V Development Team, os padrões para o diagnóstico de transtornos do espectro do autismo mudaram por várias razões:

·   Embora seja possível distinguir claramente a diferença entre as pessoas com TEA’s e aqueles com o funcionamento neurotípico, é mais difícil de diagnosticar os subtipos válidos e consistente.
·  Uma vez que todas as pessoas com transtornos do espectro autista exibem alguns dos comportamentos típicos, é melhor para redefinir o diagnóstico por gravidade do que ter um rótulo completamente separado.
·   Um único diagnóstico de TEA reflete melhor o atual pesquisa sobre a apresentação e patologia do autismo.
·   
Alterações principais critérios diagnósticos

A versão anterior do DSM tinha três critérios principais para diagnóstico:
·       Desafios de Linguagem
·       Déficits sociais
·       Comportamentos estereotipados ou repetitivos

O novo DSM terá apenas duas áreas principais: comunicação social e os déficits e os comportamentos fixos ou repetitivos

O DSM-V Development Team explica que é difícil separar os déficits de comunicação e os déficits sociais, uma vez que estas duas áreas se sobrepõem de forma significativa. A comunicação é frequentemente utilizado para fins sociais, e os déficits de comunicação podem afetar drasticamente o desempenho social.



Os atrasos de linguagem, não faz parte do diagnóstico


Anteriormente, um atraso de linguagem foi um fator significativo no diagnóstico de autismo clássico. Além disso, os indivíduos com Transtorno de Asperger não poderiam ter um atraso de linguagem, a fim de receber esse diagnóstico.

A nova versão do DSM não inclui atraso de linguagem como um critério para o diagnóstico. Devidos atrasos de linguagem podem ocorrer por muitas razões e não foram consistentes em todo o espectro do autismo, a Equipe de Desenvolvimento DSM-V sentiu que eles não devem ser necessária para o diagnóstico.

Como essas mudanças podem afetar você

De acordo com   Autism Speaks ,existem algumas maneiras essas revisões poderiam afetá-lo:
·   A Associação Psiquiátrica Americana ainda não indicou que aqueles que já têm um diagnóstico de TEA será capaz de manter este diagnóstico. Isto significa que algumas pessoas podem precisar de ser reavaliado para ver se cumprem os novos critérios.
·    Aqueles com síndrome de Asperger, que deixará de ser um diagnóstico, pode querer continuar a usar este rótulo para se descrever. A comunidade Asperger é bem estabelecida, e mudando o nome pode ser inconveniente e incômodo. Não está claro se esta etiqueta continuará a ser usada informalmente.
·   Os requisitos rigorosos para os sintomas centrais do TEA pode resultarem menor número de pessoas diagnosticadas. Isto pode afetar especialmente o diagnóstico de crianças pequenas, que ainda não pode mostrar todos os sinais de autismo.


Se você tiver preocupações sobre se você ou seu filho pode perder o seu diagnóstico, contate o seu médico para obter mais informações. Apenas o seu médico conhece os sintomas específicos que afetam você ou seu filho.

Verdadeiramente um espectro
Embora a definição de autismo tenha mudado, as características principais da doença permanecem as mesmas. Uma vez que as pessoas com todos os níveis de autismo apresentam muitas das mesmas características, mas variam no grau ao qual eles exibem eles, os novos critérios DSM-V pode refletir melhor que o autismo é um espectro de, ao invés de um grupo de doenças distintas.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Hoje é dia de Fuxicar sobre Educação Infantil


Oiê ...


Bem, pelo fato de ser professora de um dos componentes da Especialização em Docência da Educação Infantil (MEC/Ufba) e ainda por neste mesmo curso ter orientandas de TCC's - carinhosamente chamadas de "minhas meninas"- passarei aqui de vez em quando para trazer um pouquinho de teoria acerca desta modalidade da educação - a Educação Infantil.

Hoje queria compartilhar um texto de Ana Paula Conceição pessoa singular por quem eu tenho um carinho enorme e de quem fui aluna e agora compartilho momentos outros de aprendizagem nesta itinerância acadêmica.

O texto esta disponível no site ANPED e segue abaixo para que possamos ampliar o pensar acerca de ludicidade, educação infantil e currículo.


CURRICULUM PLENNIS LUDENS? UM ESTUDO CRÍTICO – 
COMPREENSIVO E PROPOSITIVO SOBRE A POLÍTICA DE LUDICIDADE 
NO CURRÍCULO DE EDUCAÇÃO INFANTIL, A PARTIR DO CONTEXTO DE 
UMA ESCOLA PÚBLICA EM SALVADOR - BA. 

CONCEIÇÃO, Ana Paula Silva da - Universidade Federal da Bahia
GT: Educação da Criança de 0 a 6 anos / n. 07



“ Precisamos conhecer os seres e os momentos a fim de criar o currículo”. 
 Willian Doll. 

Os últimos anos têm sido marcados em nosso país por uma vigorosa reflexão crítica sobre a construção de uma educação democrática, cujo currículo e cuja prática pedagógica levem em conta a heterogeneidade de cultura e classes sociais e promovam o desenvolvimento das crianças na plenitude das suas múltiplas expressões lúdicas. Ademais, numa sociedade prometêica, de densas experiências autoritárias e de um viés 
tecnicista histórico, como a expressão lúdica pode estar sendo vivenciada numa escola que se constitui nesses moldes, muitas nos moldes de uma mercoescola? Como seria um currículo que ao vivenciar a ludicidade se constituiria num “texto provisório” (Arroyo, 2000), constituído na dança das interações e errância das experiências cognitivas e do gozo compartilhado? 

Entendemos que a educação de crianças deverá pautar-se sobretudo, em uma prática que permitirá ás crianças a reelaboração do mundo e do conhecimento sobre o mundo, como a possibilidade de autonomia e curiosidade sobre as coisas que lhes vão sendo apresentadas pelo mundo adulto, os objetos, os animais, a história, a cultura, a cultura letrada, etc... 

Dessa Forma, planejar o currículo em educação infantil implica ouvir os profissionais em suas concepções e decisões, problematizar a visão deles sobre a creche e a pré-escola, evitando perspectivas fragmentadas e contraditórias, que vivenciaram ou com que tiveram contato. Implica reconhecer as famílias como interlocutoras, parceiras privilegiadas e garantir a participação delas e da comunidade no processo, tarefas que exigem a superação de muitos obstáculos. 

A ludicidade é um fazer humano mais amplo, que se relaciona não apenas á presença das brincadeiras ou jogos, mas também a um sentimento, atitude do sujeito envolvido na ação, que se refere a um prazer de celebração em função do envolvimento genuíno com a atividade, a sensação de plenitude que acompanha as coisas significativas e verdadeiras (Luckesi, 2000,52) 

Fazer presente o brincar e o jogo na educação infantil significa transportar para o campo do ensino – aprendizagem condições para maximizar a construção do conhecimento, introduzindo as propriedades do lúdico, do prazer, da capacidade de iniciação, ação ativa e motivadora. 

Compartilhamos de uma preocupação que se os projetos curriculares têm por finalidade ajudar as novas gerações a compreender o mundo, podemos dizer que devem compartilhar essa finalidade com o mundo dos jogos e das brincadeiras. Assim, como existe uma preocupação em vigiar os conteúdos culturais dos programas e livro-texto com os quais as crianças entram em contato, deveria existir também, uma atenção 
idêntica à análise dos jogos e brinquedos que se comercializam no mercado. 

Por acreditarmos que a realidade é movente e pulsante, creio que podemos construir nas escolas novos currículos que englobem o homo faber, homo sapiens, mas também o homo ludens, o homo demens. Somente quando isso acontecer, estaremos viabilizando, como nos fala Morin (2000:11) “ uma educação integral do ser humano, uma educação que dirige à totalidade aberta do ser humano e não apenas a um de seus componentes.” A escola deve repensar seus objetivos, sua visão de mundo, buscando um ponto de 
equilíbrio entre futuro/ presente, trabalho/lazer, razão/emoção, priorizando também outras formas de saber (o tato, os sons, o corpo, a linguagem, o olhar, o pensamento humano, a dança, atenção, etc.), além de um pensamento multireferencial que se harmonize com a complexidade do ser humano. 

É necessário, pois, que os responsáveis pela educação dos educadores conscientizem-se de que a educação escolar é o lugar das múltiplas expressões e, juntamente com o lúdico, edifiquem a vida no sentido da sua plenitude. É assim que a pertinência desta temática se constitui a partir das inquietações e dos questionamentos que configuram esta proposta de pesquisa, pautada numa pré-ocupação que dá corpo a todo estudo, que tem como objetivo geral: através de uma abordagem em Etnopesquisa crítica, estudar / refletir as políticas de sentido da ludicidade, tomando como campo de investigação o currículo e sua dinamogênese em educação infantil de uma escola do sistema público. Nesses termos os objetivos específicos são: 

• Explicitar os principais pressupostos filosóficos, teóricos e epistemológicos da políticas de sentido da ludicidade vivenciadas no currículo estudado. 
• Compreender como se estruturam as práticas pedagógicas levando em consideração o aspeto lúdico nos diversos componentes curriculares. 
• Perceber que sentidos e significados são atribuídos ao lúdico pelos atores / atrizes, autores / autoras, educativos envolvidos na constituição cotidiana do currículo.
• Tomando como referência as conclusões do estudo de uma perspectiva relacional, propor indicativos de políticas curriculares envolvendo a ludicidade na educação infantil, levando em consideração as tensões teóricas implicadas, o contexto sócioeconômico, cultural e histórico onde se inserem as experiências com o lúdico no currículo investigado. 
• Contrastar, as práticas e políticas de sentido da ludicidade refletida no estudo, a partir das suas atualizações no currículo das escolas públicas.. 

Nesse veio, segundo Macedo (apud Burnham, 1998, p.37) : 

O currículo significa um dos principais processo, na medida em que aí interage um coletivo de sujeitos-alunos e sujeitos-professores, além de outros que não diretamente ligados á relação formal de ensinar-aprender. Nesta interação, mediada por uma pluralidade de linguagens verbais, imagéticas, míticas, rituais, mímicas, gráficas, musicais, plásticas,... (de referência de leitura de mundo)... transformam essa realidade num processo multiplamente cíclico que contêm, em si próprio, tanto a face da continuidade como a construção do novo.

Então, nesse sentido, trata-se de extrair da vida real da criança e dos seus diversos mundo (o da família, o dos amigos, o da comunidade, o da fantasia etc.) os currículos e os programas de estudo. Assim, faz-se necessário desenvolver educadores relacionais, capazes de tomar como centro do processo educativo, não a palavra e o saber magistral, mas todas as atividades e vivência da criança, seus processos de descobrimentos, socialização e singularização. 

Quanto ao método opcionado, é preciso acrescentar que estudar o currículo da perspectiva de não política de ludicidade, pressupõe uma visão multirreferencial e complexa dos fenômenos educacionais e uma cumplicidade compreensiva no estudo com os sujeitos da pesquisa. Nesse sentido consideramos a Etnopesquisa crítica como uma opção de método pertinente e relevante. Assim é que Macedo (2002), inspirado nesses princípios acrescenta:

no processo de construção do saber científico a etnopesquisa não considera os sujeitos do estudo um produto descartável de valor meramente utilitarista. Entende como incontornável a necessidade de constituir juntos, traz irremediavelmente e interpretativamente a voz do ator social para o corpus 
empírico analisado e para a própria composição conclusiva do estudo, até  porque a linguagem assume aqui o papel constitutivo central; o ator social não fala pela boca da teoria ou de uma estrutura diaólica, ele é percebido como estruturante que em meio às estruturas, em muitos momentos, reflexivamente, o performa (p.28) 

Para melhor atuação no campo empírico e para alcançar as resposta e proposições de pesquisa, serão utilizados dentre outros métodos a observação participante, a entrevista aberta, o grupo focal, a utilização de filmagem e fotografias, análise de documentos e etc. Constituem assim, os recursos metodológicos de uma etnografia semiológica, coerente com os pressupostos da etnopesquisa, pautados comumente em buscar 
informações sociais, culturalmente enraizadas e relacionais, constituintes de uma ciência do instituinte social e cultural da ações humanas e suas instituições, seus sentidos e significados. Quanto ao processo de análise será utilizado a análise de conteúdo, pautada numa hermenêutica fenomenológica e crítica como elaboram, aliás, as bases das metodologias qualitativas. 

Assim, à medida em que a pesquisa for se desenvolvendo buscaremos reconhecer a pertinência e a relevância das abordagens disponíveis. Consideramos que esta pesquisa “Curriculum Plennis Ludens?” contribuirá para aprofundar o conhecimento acerca de um dos maiores desafios da escola e da sala de 
aula, que é a construção de uma educação democrática cujo currículo e cuja prática pedagógica levem em conta a heterogeneidade de cultura e classes sociais e promovam principalmente, pelas possibilidades que a Etnopesquisa Crítica traz no processo de construção do saber científico, onde a voz do ator social evidencia-se no corpus empírico analisado e na própria composição conclusiva de uma escola sensível e 
rigorosa, comprometida, com uma educação integral, progressista e crítica da sociedade em que vivemos. 
Nessa perspectiva é preciso compreender o currículo como uma narrativa que apoia e complementa, mas que jamais substitui o trabalho criativo de professores, e alunos. 

Assim, o currículo não pode ser visto apenas como um conhecimento pré – concebido que define conteúdos e estratégias metodológicas meramente executados por professores e alunos. “A prática pedagógica, é entendida como prática social viva e ativa, confirma, nega, acrescenta e reduz aspectos e temas ao currículo, que é, dessa forma, instrumento constantemente avaliado”. (Kramer, 1989, p.16).

REFERÊNCIAS
ARROYO, M. Oficio de Mestre. Petrópolis: Vozes, 2000.
CANEN, Ana, (org.). Ênfases e omissões no currículo. Campinas, SP: Papirus, 2001.(Coleção Magistério: Formação e Trabalho Pedagógico).
KRAMER, S. Com a pré escola nas mãos. Uma alternativa curricular para educação infantil. São Paulo: Ática 1989.
LUCKESI, C. “Ludopedagogia: partilhando uma experiência e uma proposta”. In: Luckesi, C. Ludopedagogia Ensaios. Educação. Educação e Ludicidade. FACED/UFBA, 2000.
MACEDO, R. A Etnopesquisa Crítica e multirreferencial na Ciência Humana e na Educação. Salvador: EDUFBA, 2000.
__________. Chrysallís, currículo e complexidade: a perspectiva crítico – multirreferencial e o currículo contemporâneo. Salvador: EDUFBA, 2002.
MORIN, E. Saberes Globais Saberes Locais. O Olhar Transdisciplinar. Rio de Janeiro: Garamond, 2000.
PORTO, Bernadete de Souza. “Que Caminho Devo Seguir? Alice procura uma Alfabetização Crítica e Lúdica...”. In: Revista da FACED / UFBA, nº 06, 2002.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

O que mudou no diagnóstico do TDAH com a nova edição do DSM-V


Oiê ...



Mais uma vez estou para pensar acerca da polêmica em torno do DSM-V.
Pessoalmente sou adepta do uso da CIF (Classificação Internacional de Funcionalidade) visto que esta sim tem muito a dizer sobre o sujeito sob uma perspectiva de sua funcionalidade e não apenas do seu adoecimento...Bem, são pontos de vista. Assim como na Gestalt certamente é uma questão de figura fundo.

Abaixo um escrito do Dr. Paulo Matos e que possamos continuar a discutir!



O que mudou no diagnóstico do TDAH com a nova edição do DSM-V, o Manual de Estatística e Diagnóstico de Transtornos Mentais

Escrito pelo Prof. Dr. Paulo Mattos


Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro
Mestre e Doutor em Psiquiatria e Saúde Mental
Pós-doutor em Bioquímica
Presidente do Conselho Científico da ABDA



O chamado “DSM”, Manual de Estatística e Diagnóstico da Associação Americana de Psiquiatra, teve a sua quinta edição lançada no congresso de psiquiatria, ocorrido em São Francisco, em maio de 2013.

O seu planejamento começou muitos anos antes, em 1999, quando uma série de colaborações delineou as questões que precisavam ser mais bem esclarecidas na então vigente quarta edição, DSM-IV, sempre através de pesquisas científicas. Uma segunda fase, entre 2003 e 2008, compreendeu 13 conferências internacionais com os maiores especialistas de cada uma das diferentes áreas (transtornos infantis, transtornos de ansiedade, dependência de drogas, doenças degenerativas, etc.), incluindo o TDAH. A confecção do DSM-V envolveu os chamados Grupos de Trabalho, Grupos de Estudo e as chamadas Forças-Tarefa, a quem coube a maior parte da revisão dos critérios diagnósticos que constituem o manual. Parte do trabalho realizado por todos estes pesquisadores será utilizada na confecção da CID-11, a futura versão da Classificação Internacional de Doenças proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é a referencia oficial para diagnósticos na maioria dos países do mundo, incluindo o Brasil. O Professor Luis Rohde, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, fez parte da equipe responsável pelo TDAH. Cerca de 300 consultores internacionais foram ouvidos, além de milhares de comentários postados no site por médicos especialistas e não especialistas, pacientes e familiares, além das associações de pacientes.

Alguns diagnósticos psiquiátricos pouco ou nada mudaram na quinta edição, outros se modificaram de modo significativo; alguns diagnósticos novos foram propostos e outros foram abandonados. No caso do TDAH, foram poucas as modificações.

A lista de 18 sintomas, sendo 9 de desatenção, 6 de hiperatividade e 3 de impulsividade (este dois últimos computados conjuntamente) permaneceu a mesma que na edição anterior. O ponto-de-corte para o diagnóstico, isto é, o número de sintomas acima do qual se faz o diagnóstico, também permaneceu o mesmo (6 sintomas de desatenção e/ou 6 sintomas de hiperatividade-impulsividade). No caso de adultos, este número passou para 5 sintomas, o que é um novo critério. A lista de sintomas de desatenção e hiperatividade-impulsividade compreende o critério A. Todos estes sintomas, para serem considerados clinicamente significativos, devem estar presentes pelo menos durante 6 meses e serem nitidamente inconsistentes com a idade do indivíduo (ou seja, ser muito mais desatento ou inquieto do que o esperado para uma determinada idade).

A necessidade de haver comprometimento em pelo menos duas áreas diferentes (casa e escola, por exemplo), critério C, permaneceu como antes. A necessidade de haver claro comprometimento na vida acadêmica, social, profissional, etc. (critério D), também permaneceu idêntica.

O critério E se modificou em relação à DSM-IV. Antes, não era possível fazer o diagnóstico de TDAH caso houvesse um quadro de Autismo, o que agora é possível. Entretanto, permanecem as exigências de os sintomas não ocorrerem exclusivamente durante outro quadro (esquizofrenia, por exemplo) e não serem mais bem explicados por outro transtorno (ansiedade e depressão, por exemplos).

O critério B, que determina a idade de início dos sintomas, também se modificou. Anteriormente, era necessário demonstrar que os sintomas estivessem presentes antes dos 7 anos de idade, o que era particularmente difícil no caso de adultos com TDAH que geralmente tem dificuldade para lembrar-se deste período e cujos pais já são mais velhos. O limite de idade foi modificado para 12 anos, algo que alguns grupos de pesquisa já vinham fazendo anteriormente.

Os “subtipos” foram retirados do manual; ao invés disso, optou-se pelo emprego do termo “apresentação”, denotando que o perfil de sintomas atuais pode se modificar com o tempo (o que é bastante comum). O termo “subtipo” favorecia uma interpretação errada que aquela era uma “subcategoria” estável, fixa, do TDAH. As apresentações mantem as mesmas “divisões” que os antigos subtipos: com predomínio de desatenção, com predomínio de hiperatividade-impulsividade e apresentação combinada.

O novo DSM-V traz a opção de TDAH com Remissão Parcial, que deve ser empregado naqueles casos onde houve diagnóstico pleno de TDAH anteriormente (isto é, de acordo com todos os critérios), porém com um menor numero de sintomas atuais.

Uma última novidade desta quinta edição é a possibilidade de se classificar o TDAH em Leve, Moderado e Grave, de acordo com o grau de comprometimento que os sintomas causam na vida do indivíduo. (Grifo do "Fuxicndo com Milla")

A DSM-V recebeu algumas críticas por parte da imprensa e de alguns pesquisadores, porém nenhuma das críticas apresentadas com relação ao diagnóstico de TDAH foi fundamentada em resultado de pesquisa científica, mas sim em meras “opiniões pessoais”, algo que é obviamente inaceitável nos tempos modernos. Cabe ressaltar que o uso do DSM-V tem como maior benefício padronizar diagnósticos clínicos (mesmo que de modo imperfeito), diminuindo a variabilidade que ocorreria caso cada pesquisador tivesse sua “opinião pessoal” sobre o assunto. Não seria possível, por exemplo, comparar os resultados de um tratamento realizado por uma equipe X com aqueles realizados por outra equipe Y, se cada uma delas chamar de “TDAH” um quadro clínico muito diferente. Por fim, é importante dizer que os critérios do sistema DSM-V devem ser investigados por um profissional com experiência clínica. Por motivos óbvios, não é possível fazer um diagnóstico definitivo conhecendo apenas a lista de sintomas que caracteriza uma determinada doença.