domingo, 9 de novembro de 2014

O chumbinho no biscoito ... minha vida pessoal se enrosca na profissional!!!


OOOOOiiiiiiiiiiiii ...

Ontem foi dia de curtir a noite lá no B-23!!!

Nando Borges fez uma festinha Anos 80 e foi muito bommmm!!!! Claro que eu não conhecia as músicas que não eram do meu tempo!!!! (kkkk)


                                                                     #partiunight

Engraçado que nas várias participações especiais os sucessos foram lembrados, a vibe da galera estava massa!!! E, eu estava muito bem acompanhada ... ô povo lindo!!!!

Lembrei, porém, da vida docente quando ouvi o trecho de Baianidade Nagô:

Eu queria
Que essa fantasia fosse eterna
Quem sabe um dia a paz vence a guerra
E viver será só festejar!

Fiquei a pensar sobre o último episódio do chumbinho no biscoito ...



 ... durante toda esta semana fui parada por alguns amigos - que por saberem que eu cuido na Psicologia de crianças - me perguntavam como eu explicaria tal fato.

Estive elaborando sobre isso, e o que penso é que na contemporaneidade temos a queda da autoridade parental e de maneira geral temos saído do limite do discurso para o acting out.

As crianças perderam os referenciais sociais do discurso e no mundo onde as redes sociais deram margem durante as eleições à tantas indicações raivosas, como não odiar a professora e tentar matá-la de fato!

Quem nunca teve vontade de MATAR a professora ou professor que pegava no pé e era exigente, que levante a mão ou atire a primeira pedra... O que percebo hoje, é que a geração atual não pensa de maneira sistemática nas consequências dos atos. 

Não quero parecer nostálgica e a análise que faço tem base nos estudos especialmente da psicanálise. Na atualidade as crianças não mais tem medo do que pode acontecer com os seus atos. Antes ficávamos (e me incluo) pensando o que iria acontecer quando os nossos pais descobrissem o que fizemos. Hoje, os pais acabam sentindo-se culpados pela jornada de trabalho que traz certa ausência e tendem a compensar com a permissividade.

Lajonquière no prefácio do livro A Impostura do Mestre (de Marcelo Ricardo Pereira - Ed. Argvmenvm, 2008) refere que "não há educação, senão no interior do campo da palavra e da linguagem" e onde fica este status de palavra falada em tempo de virtualidade e 'zapzap'?

Marcelo Ricardo nesta obra alude que: "talvez não seja tão simples assim, Mas o fato é que o declínio do pai é impudentemente anunciado pela mística modernizadora. Há que se reconhecer que sua autoridade, como símbolo de domínio, desgastou-se em nossos tempos. Podemos suspeitar que a crise do mundo atual, de natureza essencialmente política, consiste também, e de modo fundamental, numa crise da autoridade. eis um espectro da derrocada de uma sociedade regida pelo pater, que assiste ao solapamento das fundações políticas e das instituições sociais" (Pereira, 2008, p.23)

Ou seja, o que percebemos é o declínio da autoridade parental e especialmente a expansão deste, ao declínio do mestre. Lembremos que Freud em Totem e Tabu (1913) trata do fato de que 'não existe pai a não ser morto, somente revivificado em nível simbólico" ou seja o pai não precisa estar presente fisicamente mas sim, no nível da palavra. E, se a palavra não circula na contemporaneidade entre pais e filhos, se há um distanciamento da família, uma desestruturação de papéis de fato este pai não consegue retornar na função de lei.

Por fim, não há como "a paz vencer a guerra" como diz a música se pensarmos na perspectiva psicanalítica na qual estamos sempre em conflito. Mas, há sim, possibilidade de revermos a instauração da lei parental com vistas em retomar um discurso estruturante de maneira que o chumbinho dado a professora não passe do chocolate vendido na Kopenhagen (chocolates finos)



 















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