sábado, 1 de agosto de 2020

O que ensina a escola?


A ESCOLA trata-se de uma instituição social a qual por muito tempo teve o olhar sob o sujeito aprendente apenas sob o prisma de a-luno - aquele que não tem luz. Este fator a fez, neste sentido, perder a oportunidade de através das experiências de vida que eles possuíam, ter ferramentas adequadas para mudar um sistema visto como caótico.

Em períodos mais remotos, o que tivemos foi o julgar da capacidade cognitiva e operacional de uma pessoa somente através da ótica da escola. De acordo, com a psicóloga e professora da USP Maria Helena Souza Patto isso mostra-se “uma estupidez intelectual”. Afinal, segundo Patto (1997), a vida é a vida, a escola é apenas uma situação de vida muito restrita, “quanta gente existe que aprende a usar os jogos de linguagem e são uns idiotas na vida...a única coisa que sabem fazer é falar, jogar com as palavras, passar nos testes de todos os tipos e, não ser na vida nada além de uns cogumelos ou baobás, como diria o Pequeno Príncipe” (Patto, 1997, p.198) vivendo apenas de repetição brincando de ‘boca de forno’ durante toda sua vida.

Quando estudamos a teoria das múltiplas inteligências podemos ampliar o nosso olhar acostumado e, ver além do alcance. Ou seja, não basta ler-escrever-contar para ser inteligente ... o que precisamos de fato é convergir nossas emoções, nossa vivência e nossa cognição em prol de vivermos felizes e com bem-estar. Os processos que acontecem na escola mostram-se importantes, mas não são únicos fatores na vida, em especial, de crianças e adolescentes. Ensiná-las valores pró-sociais, virtudes e forças de caráter além de perceber minunciosamente sobre as próprias emoções e dos outros é fator também de grande valia. Posto isso, vamos atentar para as cobranças que estamos a fazer às escolas quanto a escolarização de nossos filhos, sobrinhos, enteados e quem mais quer que seja. À escola de hoje não cabe mais um olhar e uma práxis medieval. Cabe sim, em colaboração com os estudiosos da Psicologia, a proposição de um projeto pedagógico que valorize o subjetivo, as potencialidades humanas e, também, as competências de cada um. Com isso podemos ter sujeitos, melhor posicionados, de modo que serão bem sucedidos como pessoa, não apenas como reprodutores de fórmulas e conteúdos descontextualizados da vida.

 

PATTO, M.H.S. Introdução à psicologia escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997.


quarta-feira, 24 de junho de 2020

OLHAR CALEIDOSCÓPICO DA EDUCAÇÃO

OLHAR CALEIDOSCÓPICO DA EDUCAÇÃO


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A visão mais conservadora acerca da instituição escolar considera que, a mesma, tem como função preparar a criança para ingressar na sociedade, promovendo as aprendizagens reconhecidas como fundantes para o grupo social ao qual esse sujeito pertence.

Nascimento (2006, p.51 e 52) sobre isso comenta que:


[...] “nas trilhas abertas pelas mudanças implementadas pela modernidade, foram concebidos muitos processos e meios de transmissão social do conhecimento”.


A função social da escola de acordo com os princípios da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) está em criar situações de aprendizagem dos conteúdos necessários, levar os alunos a se instrumentalizarem, tornando o mundo inteligível nas diversas áreas, possibilitar acesso aos Códigos da Modernidade. São eles:


- Domínio da leitura e da escrita,
- Fazer cálculos e resolver problemas, analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações,
- Compreender e atuar em seu entorno social,
- Receber criticamente os meios de comunicação, localizar, acessar e usar melhor a informação acumulada,
- Planejar, trabalhar e decidir em grupo.


Posto isso, em tempos de QUARENTENA precisamos dimensionar como podemos possibilitar acesso das crianças e adolescentes ao patrimônio cultural da Humanidade, valorizar a cultura de cada um e, ao mesmo tempo, dar acesso aos saberes relevantes de todas as culturas. 

Chamo isso de análise de território!!!!


Neste momento tenho estudado muito sobre estratégias educacionais posto o acompanhamento clínico dos meus pacientes ... cada um deles tem reagido de forma diferente aos processo de estudos em casa  ... 


O que vejo em comum nisso tudo e, tenho apoiado através da realização de muitas reuniões com as coordenadoras pedagógicas, é  que as escolas precisam ter sagacidade em escolher os conteúdos pedagógicos a serem ministrados e, a forma com a qual eles serão trabalhados com as crianças 

... eles devem ser conteúdos que sejam funcionais e formativos para além da sala de aula ...

 Trabalhar valores, virtudes, forças de caráter e habilidades socioemocionais mostra-se um eixo o qual fará com que os pais - no apoio à escolarização - possam favorecer reflexões e produções de sentido, fazendo com que a relação de estudos remotos, sejam assim, um espaço de formação, informação e transformação, educando cidadãos capazes de intervir criticamente na sociedade em que vivem, já que estamos todos passando por um momento bastante delicado da sociedade.

 

NASCIMENTO, Antonio Dias. Contemporaneidade: educação, etnocentrismo e diversidade. In: LIMA JR., A.S E HERTKOWSKI, T.M. (org.) Educação e contemporaneidade: desafios para a pesquisa e a pós-graduação. Rio de Janeiro: Quartet, 2006.

PATTO, M.H.S. Introdução à psicologia escolar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997.


segunda-feira, 22 de junho de 2020

Habilidades Certas no Lugar Certo

Tenho lido e visto nos últimos dias muitos artigos e registros nas redes sociais falando sobre as habilidades necessárias aos profissionais do futuro ... tenho inclusive falado isso em sala de aula ... Hoje me deparei contudo com uma Fábula que compartilho abaixo, a qual me fez pensar que de nada adianta fazer cursos, desenvolver habilidades se, não se sabe qual o nosso propósito e, se não estamos no "lugar certo" onde poderemos usar tais habilidades ...

Diante disso, eu digo: eleja em que de fato irá investir tempo e energia ... afinal, não podemos ser acumuladores de habilidades!!!

Vamos à Fábula!! 
 
Por que os camelos são assim?

Uma mãe e um bebê, camelos, estavam por ali, à toa, quando de repente o bebê camelo perguntou:

– Mãe, mãe, posso te perguntar umas coisas?

– Claro! O que está incomodando o meu filhote?

– Por que os camelos têm corcovas?

– Bem, meu filhinho, nós somos animais do deserto, precisamos das corcovas para reservar água e por isso mesmo somos conhecidos por sobreviver sem água.

– Certo, e por que nossas pernas são longas e nossas patas arredondadas?

– Filho, certamente elas são assim para permitir caminhar no deserto. Sabe, com essas pernas eu posso me movimentar melhor pelo deserto melhor do que qualquer um! Disse a mãe, toda orgulhosa.

– Certo! Então, por que nossos cílios são tão longos? De vez em quando eles atrapalham minha visão.

– Meu filho! Esses cílios longos e grossos são como uma capa protetora para os olhos. Eles ajudam na proteção dos seus olhos quando atingidos pela areia e pelo vento do deserto! -respondeu a mãe com orgulho nos olhos..

– Tá. Então a corcova é para armazenar água enquanto cruzamos o deserto, as pernas para caminhar através do deserto e os cílios são para proteger meus olhos do deserto . Então o que é que estamos fazendo aqui no Zoológico???

Moral da história:

“Habilidade, conhecimento, capacidade e experiências, só são úteis se você estiver no lugar certo!”

Autor Desconhecido

sábado, 20 de junho de 2020

"Comemore junto quando uma criança tiver uma ideia nova de como resolver um problema"



As *Ciências da Aprendizagem* sugerem que o APRENDIZADO é construído pelo aluno, ou seja, é uma interpretação inteligente e sistemática do que se vê, ouve e/ou se experimenta.

Em vez de somente assistir a vídeos ou fazer exercícios, em especial neste momento de pandemia onde estamos funcionando com aulas remotas eles devem usar o potencial das ferramentas, tanto online quanto offline, para construírem invenções, teorias e explicações.

Não é tanto sobre responder certo, mas como você chega até a resposta.

Em vez de comemorar quando a criança dá a resposta certa, comemore junto quando ela teve uma ideia nova de como resolver um problema!!!

@ludmilla.confrariapsi



sexta-feira, 19 de junho de 2020

A quantas anda sua Inteligência Emocional?




EMOÇÃO é uma experiência subjetiva, associada a temperamento, personalidade e motivação. 


A Inteligência Emocional rege a maior parte das relações e experiências cotidianas e, diferentemente das aptidões acadêmicas, permite que as pessoas obtenham êxito em suas atividades cotidianas.


A IE está assim relacionada com habilidades tais como: motivar a si mesmo e persistir mediante frustrações; controlar impulsos, canalizando emoções para situações apropriadas; praticar gratificação prorrogada; motivar pessoas, ajudando-as a liberarem seus melhores talentos, e conseguir seu engajamento a objetivos de interesses comuns.


E você a quantas anda sua IE?




quinta-feira, 18 de junho de 2020

Você conhece os campos de aplicação da Psicologia Positiva?






Os estudos da Psicologia Positiva se mostram a cada dia mais sistematizados.

Seja na clínica, na saúde, nas organizações e nas escolas a sua aplicação é possível e, denota efetividade de ação trazendo muitos benefícios nestes espaços.

Atualmente, temos no Brasil instrumentos validados e normatizados para avaliar aspectos como: Bem-estar subjetivo, autoestima, otimismo, esperança e autoeficácia.

Todos estes são importantes ferramentas para avaliar e conhecer melhor o indivíduo e, são fundamentais quando pensamos que a Psicologia Positiva tem foco nas virtudes humanas e nas forças de caráter como forma de alcançar o bem estar e a felicidade nutrindo o que tem de melhor em cada pessoa.

A Psicologia Positiva foca no FLORESCIMENTO e através do uso destes instrumentos conseguimos montar estratégias de intervenção em PP.

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Você já ouviu falar sobre BRAIN DUMP?





Você já ouviu falar sobre BRAIN DUMP? 


Sabe aquela sensação de CABEÇA CHEIA?! Aquela sensação de que os pensamentos não param de surgir ... eu até brinco que minha cabeça quando lê, vê, cheira, sente algo seja lá o que for, abre um pop-up com uma ideia.

Pois bemmmmm ... em tradução livre seria algo como “despejo de cérebro”. Pessoas que como eu (kkk) sempre estão em alta rotação quanto aos pensamentos por vezes acabam por não colocar em prática alguns projetos, até também tendem a achar certos pensamentos irrelevantes, ou mesmo esquecer parte do que pensa ... a ideia da técnica do “brain dump” é auxiliar em organizar, desacelerar e diminuir a ansiedade que isso pode gerar .... Então, vamos a ela!!!

 

Você deverá escrever suas ideias, seus planos, suas atividades pendentes, seus compromissos e absolutamente tudo mais que passar pela sua cabeça ...  O ideal é que se utilize um caderno e/ou bloco de anotações somente para isso ... faça este processo até sentir que conseguiu colocar no papel tudo aquilo que estava “sobrecarregando” a sua cabeça.

 

Depois de anotar tudinho que estava pensando, vamos passar para a próxima etapa ... agora você vai ler novamente tudo que registrou e, tentar separar os assuntos por categorias. Eleja aquelas categorias que fazem sentido para você.

Para que tenha efetividade você precisará fazer uma avaliação das suas prioridades e estratégias de ação sejam elas pessoais e/ou profissionais. 

 

Após a análise é hora de eleger a melhor maneira de colocar em prática a sua ideia e, caso você observe que algumas destas ideias para serem executadas não dependem apenas de você anote quem são as pessoas com  quem você poderá se conectar para que o seu plano seja concluído.

 

Esta estratégia do “brain dump” tende a ajudar em sentir-se menos ansioso, também ajuda a otimizar boas ideias, e acima de tudo faz com que você não perca de vista o quanto você é criativo! Isso foi mais um dos meus aprendizados na área de Gerenciamento de Projetos ... em regra quem está estudando para ser PMP usa isso para fazer a prova do PMI ... eu - de fato - uso isso na vida!!!!

 

Por isso que sou viciada em blocos, cadernetas e caderninhos ... sempre tenho um comigo para anotar tudo que me vem à mente!!!