quarta-feira, 10 de abril de 2013

Fuxicando sobre Autismo

Oiê ....



Estou preparando um material que irei apresentar numa atividade a qual convidada par falar de Autismo e outros transtornos ... em breve compartilho a divulgação do evento....

Pensando no tema eis que recebo no e-mail o material - disponibilizado abaixo - que trata-se do Movimento Psicanálise, Autismo e Saúde Pública. Achei muito interessante pois algumas pessoas que não compreendem exatamente as questões trazidas pela Psicanálise acerca do Autismo por vezes fazem uma apropriação selvagem dos conceitos e acabam por julgar como se a Psicanálise fosse uma vilã.

Penso diferente e já atendi alguns autistas com esta perspectiva teórica. Em dois casos especialmente no caso A tive grandes evoluções pois o pai não aceita o diagnóstico do filho e por isso não auxiliava e era muito ausente na vida do filho. Depois que o trabalho foi sendo desenvolvido essa situação mudou e no final dos atendimentos (pois sai desta clínica) o paciente já havia ampliado seu repertório verbal, tinha melhor organização das relações interpessoais, conseguia comunicar-se de maneira mais efetiva dentre outros ganhos. Já o caso B não tive praticamente ganhos ... a mãe era uma pessoa pouco esclarecida mas não era esse o foco da relação com o filho, ela não consegui falar, interagir com a criança apesar de extremamente dedicada a ele estava acima das suas capacidades de "ser mãe" simbolicamente ... ela tinha apenas os cuidados básicos sendo o paciente B muito limpo, cheiroso, bem arrumado porém sem nenhum contato com o mundo ... de tão devotada ela não viajava pois o paciente B não comia nada nem bebia fora de sua casa ... e ela era somente dedicada a ele ... como o tempo de atendimento foi breve até a minha saída os ganhos foram poucos, um deles foi o paciente B em todas as sessões comer um chocolate Batom ... pelo menos ele conseguiu ampliar um pouco mais neste sentido ... Enfim, com a abordagem da Psicanálise trabalhei e tenho resultados positivos... Fica aí mais uma questão do Fuxicando para ser pensada ....
 Milla


Manifesto do Movimento Psicanálise, Autismo e Saúde Pública

Diante de tentativas recentes de excluir as práticas psicanalíticas de políticas públicas para o atendimento da pessoa com autismo, os profissionais de Saúde Mental associados ao Movimento Psicanálise, Autismo e Saúde Pública vêm a público para afirmar seus princípios de ação e sua posição ética frente ao atendimento de pessoas com autismo e suas famílias.


1.                  O Movimento considera que as famílias das pessoas com autismo devem ter o direito de escolher as abordagens de tratamento para seus filhos (em consonância com a portaria nº 1.820 do Ministério da Saúde, de 13 de agosto de 2009).
2.                  O Movimento considera fundamental acompanhar e acolher a família, considerando-a como parceira fundamental no tratamento.
3.                  O Movimento apoia e recomenda vivamente a pluralidade, a diversidade e o debate, científico e metodológico, das abordagens de tratamento da pessoa com autismo e também dos critérios diagnósticos empregados em suas avaliações.
4.                  O Movimento considera fundamental que o tratamento e a educação de pessoas com autismo leve em conta a singularidade do sofrimento da pessoa com autismo e de sua família.
5.                  O Movimento considera que o principal objetivo do tratamento da pessoa com autismo é o estabelecimento de seu vínculo com os outros, ponto sobre o qual há consenso entre todas as abordagens de tratamento.
6.                  O Movimento sustenta a inclusão de crianças com autismo em escolas regulares sempre que possível (e como opção prioritária), contando com uma rede de apoio interdisciplinar e intersetorial; a estruturação dessa rede implica a construção de um projeto educacional visando à aprendizagem da criança na medida de suas possibilidades, bem como sua integração  às atividades escolares.

Diante da importância de tratar e educar crianças e adultos com autismo de uma perspectiva que leve em conta a singularidade de seu sofrimento e de sua família, o Movimento propõe a adoção, em políticas públicas, das seguintes medidas:

1.      Ampliação do campo da detecção e da intervenção precoces diante de sinais de risco para o desenvolvimento infantil nos equipamentos públicos de saúde, educação e assistência social.
2.      Investimento na formação e capacitação de profissionais e na disseminação de conhecimentos, instrumentos e estratégias clínicas de detecção e intervenção precoce, com ênfase na atenção primária de saúde.
3.      Fortalecimento, nos serviços de saúde e educação, de perspectivas de atendimento que levem em conta a singularidade, ou a subjetividade, da pessoa com autismo, por meio da atenção a suas manifestações próprias.
4.      Fortalecimento, nos serviços de saúde e educação, de perspectivas de atendimento que levem em conta a importância do estabelecimento do vínculo da pessoa com autismo com os outros.
5.      Disseminação dos conhecimentos a respeito da multicausalidade do autismo e ampliação do debate sobre a prevalência do diagnóstico em exames laboratoriais e de seu tratamento medicamentoso, denunciando a criação de falsas epidemias (como a multiplicação do diagnóstico de autismo na atualidade).
6.      Preservação, sem exclusão de nenhuma delas, das quatro dimensões que devem estar igualmente presentes no atendimento da pessoa com autismo: física (orgânica), mental (psíquica), social (relativa à cidadania) e temporal (a perspectiva do desenvolvimento).
7.       Adoção de  projetos terapêuticos singulares (PTS), bem como o acolhimento e o acompanhamento implicados (formulados pelo Ministério da Saúde em 2005).
8.      Apoio à implementação efetiva da Linha de Cuidado para Atenção às Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo na Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde.
9.      Sustentação e ampliação de redes intersetoriais e interdisciplinares de tratamento (com a presença dos setores da Saúde, da Educação, da Assistência Social, do Direito e da Justiça) que considerem as diferenças territoriais e locais, bem como a sustentação de projetos particulares e inovadores que vêm surgindo a partir delas.


O objetivo principal deste Movimento é o de tornar mais presente a Psicanálise, dadas as evidências de que suas práticas podem contribuir para a promoção da melhora da qualidade de vida da pessoa com autismo e de seus familiares.
O Movimento considera que a presença da Psicanálise nas instituições públicas de saúde e educação, nas instituições não governamentais, no setor privado, nas universidades, a acolhida da população em geral bem como o apoio dado a ela pelos órgãos de fomento nacionais e internacionais de pesquisa há mais de 70 anos são manifestações de seu reconhecimento pela comunidade científica  e pela sociedade em geral.


Instituições participantes

Universidades:
FEUSP (professores: Leny Mrech, Rinaldo Voltolini, Leda Bernardino)
FMUSP (professor Wagner Ranna)
Grupo de estudo sobre a criança (e sua linguagem) na clínica psicanalítica - GECLIPS/UFUMG
IPUSP (professores Cristina Kupfer, Christian Dunker, Rogerio Lerner)
PUC /RJ (professora Beatriz Souza Lyma)
Psicologia PUC /SP (professores (Silvana Rabello, Isabel Khan)
Fono PUC/SP (professores Claudia Cunha, Luiz Augusto P. Souza, Regina Freire)
UERJ (professor Luciano Elia)
UFBA - ambulatório infanto-juvenil da Residência em Psicologia Clínica e Saúde Mental do Hospital Juliano Moreira/UFBA-SESAB (professora Andréa Fernandes)
UFMG (professora Angela Vorcaro)
Laboratório de Estudos Clínicos  da PUC Minas  (professor Suzana Faleiro Barroso).
UFPE (professora Joana Bandeira de Melo)
UFRJ (professora Ana Beatriz Freire)
UFSM (professora Ana Paula Ramos)
UnB (professores Izabel Tafuri, Marilucia Picanço)
Unesp Bauru (professores Edson Casto, Erico B. Viana, Cristiane Carrijo)
UNICAMP (Nina Leite)
Univ. Católica de Brasília (professora Sandra Francesca)
Setor de Saúde Mental do Departamento de Pediatria da UNIFESP
Centro de Referência da  Infância e da Adolescência  - CRIA/UNIFESP
DERDIC/PUCSP (professores Sandra Pavone, Yone Rafaele, Lucia Arantes e Carina Faria)
Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG) (professora Paula Pimenta)

Instituições de Psicanálise

ALEPH - Escola de Psicanálise
Associação Psicanalítica de Curitiba- APC
Circulo Psicanalítico MG
Círculo Psicanalítico de Pernambuco CPP
EBP/SP ( escola brasileira de psicanálise)
EBP/MG ( escola brasileira de psicanálise)
EBP/RJ ( escola brasileira de psicanálise)
Escola Letra Freudiana
Espaço Moebus/BA
Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano - Brasil (EPFCL-Brasil)
Fórum do Campo Lacaniano - São Paulo (FCL-SP)
IEPSI
Associação Psicanalítica de Porto Alegre -APPOA
Instituto APPOA
IPB - Intersecção Psicanalítica do Brasil/NEPP
Grupo de Estudos da clinica com bebês e intervenção precoce da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo
Grupo de Estudos e Investigação dos TGD da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo
Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae (SEDES)
Departamento de Formação em Psicanálise do  Instituto Sedes Sapientiae (SEDES)
Departamento de Psicanálise da Criança do Instituto Sapientiae (SEDES)
Espaço Potencial Winnicott do Depto. Psicanálise da Criança do  Instituto Sedes Sapientiae (SEDES)
Curso de Psicossomática Psicanalítica do Instituto Sedes Sapientiae (SEDES)
Núcleo de Investigação Clínica Hans da Escola Letra Freudiana
Sigmund Freud Associação Psicanalítica/RS
GEP -  Grupo de Estudos de Psicanálise de Campinas
NEPPC/SP
Instituto da Família –IFA/SP


Centros de atendimentos não governamentais

Ateliê Espaço Terapêutico/RJ
Attenda/SP
Centro de Atendimento e Inclusão Social CAIS/MG
Carretel - Clínica Interdisciplinar do Laço/SP
Carrossel/BA
Centro da Infância e Adolescência Maud Mannoni CIAMM
CERSAMI  de Betim
Centro de Estudos, Pesquisa e Atendimento Global da Infância e Adolescência - CEPAGIA/Brasília/DF
Clínica Interdisciplinar Mauro Spinelli/SP
Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem de Recife - CPPL
Escola Trilha
ENFF
Espaço Escuta de Londrina
Espaço Palavra/SP
GEP-Campinas
GLUBE/SP
Grupo Laço/SP
Grupo de Pesquisa CURUMIM do Instituto de Clínica Psicanalítica/RJ
Incere
Instituto de Estudo da Familia INEF
Insituto Langage
Instituto Viva Infância
LEPH/MG
Lugar de Vida
Centro Lydia Coriat de Porto Alegre
NIIPI/BA
NINAR – Núcleo de Estudos Psicanalíticos
NÓS - Equipe de Acompanhamento Terapêutico 
Projetos Terapêuticos/SP
Trapézio/SP
Associação Espaço Vivo/RJ

Centros de atendimentos do governo

Caps Pequeno Hans/RJ
Capsi Guarulhos/SP
Capsi-Ipiranga/SP
Capsi-Lapa/SP
Capsi Mauricio de Sousa/Pinel-RJ
Capsi Mooca/SP
CAPSI-Taboão/SP
CAPSI de Vitória
CARM/UFRJ
NASF Brasilandia/SP
NASF Guarani/SP
UBS Humberto Pasquale/SP
Centro de Orientação Médico-Psicopedagógica - COMPP/SES-DF
Capsi COMPP/SES-DF
Capsi Campina Brande/PB

Associações

ABEBÊ – Associação Brasileira de Estudos sobre o Bebê.
ABENEPI/Maceio
ABENEPI/RJ
ABENEPI/BSB
Associação Metroviária do Excepcional AME
Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental
CRP/SP ( conselho regional de psicologia)

Hospitais

Centro Psíquico da Adolescência e Infância da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (CePAI/FHEMIG)
CISAM/UPE - Centro Integrado de Saúde Amauri de Medeiros – Universidade de Pernambuco
HCB(Hospital da Criança de Brasilia)
Serviço de psicossomática e saúde mental do Hospital Barão de Lucena -HBL/ Recife
Hospital Einstein
IEP/HSC Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital de Santa Catarina
Hospital Pinel
Hospital das Clínicas – Universidade de Pernambuco

Revista
Revista Mente e Cérebro

Grupo de pesquisa
PREAUT BRASIL
Grupo de pesquisa IRDI nas creche


Nenhum comentário:

Postar um comentário