sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Medicalização da Educação II

Oiê ...

Dando continuidade à discussão de ontem pensemos na perspectiva da medicalização como crianças quimicamente assujeitadas ... Esta institucionalização química apresenta um fundo político ideológico e estes sujeitos por mim são vistos como marionetes de um sistema que segue a lógica do capital mas, o que gostaria de focar hoje vai além de tudo isso.

Sob o aporte teórico da Psicanálise e considerando que sob esta perspectiva o corpo é constituído pelo olhar do Outro as crianças "diagnosticadas" como tendo 'doenças da aprendizagem' podem ser vistas sob o aspecto de ter sua inscrição de sujeito criada na falta de modo que este corpo fica aprisionado numa imagem. Afinal, para que haja um esquema corporal sadio/saudável é importante que a imagem corporal esteja estabelecida sobre este mesmo prisma.

Tenho atendido no consultório algumas situações em que o próprio paciente se (auto)diagnostica com os mais diversos rótulos dos tipos: distraído, disléxico, desatento, hiperativo dentre outros ... percebo que esta cristalizado o que falam dele e essa "verdade" deixa marcas as quais o claudicar na aprendizagem é certo. Fazer o trabalho inverso dentro da técnica da clínica com crianças e adolescentes passa a ser tarefa árdua. O refazimento da auto estima , um outro olhar sobre  o 'seu' potencial tudo isso faz com que o sujeito (re)signifique sua condição de estar no mundo ...  

Diante disso penso que podemos ampliar os debates para que a educação possa (re)visitar sua prática e (re)ver seu manejo buscando uma maior compreensão do sujeito através de uma escuta para além do  dito e do visto. Uma escuta que permite lermos as entrelinhas do sujeito na busca de auxiliá-lo nas suas dificuldades.

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